Bolsonaro deve discursar contra o julgamento no STF sobre tentativa de golpe de Estado e falar sobre perseguição política contra a direita
Reprodução/YouTube Silas Malafaia
Bolsonaro deve discursar contra o julgamento no STF sobre tentativa de golpe de Estado e falar sobre perseguição política contra a direita

ex-presidente Jair Bolsonaro(PL) volta à Avenida Paulista neste domingo (29) para liderar manifestação contra o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre tentativa de golpe de Estado. Apesar de ter sido diagnosticado, há uma semana, com quadro de pneumonia viral e apresentado crise de soluços nos últimos dias, o símbolo da direita política vai discursar para seus apoiadores. 

O diagnóstico de pneumonia foi confirmado, no sábado (21), após Bolsonaro passar mal durante evento em Goiânia. O ex-presidente teve uma crise de soluços que o fez vomitar e forçou a interrupção da agenda na capital goiana. Em seguinda, ele voltou para Brasília, onde passou por uma série de exames que detectou o quadro viral. 

Nos dias seguintes, mesmo em recuperação da pneumonia, Bolsonaro não interrompeu completamente a agenda de compromissos e recebeu políticos e apoiadores em seu escritório, em Brasília. Por outro lado, escolheu não comparecer à acareação entre o ex-ministro Walter Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid, que ocorreu na última terça-feira (24). 

Aliados afirmaram que Bolsonaro estava fazendo tratamento para a pneumonia. Apesar disso, o ex-presidente manteve a convocação para a manifestação na Avenida Paulista neste domingo, onde deve discursar em prol de "justiça" e "liberdade", segundo alegam as divulgações do ato. 

Ao Portal iG, interlocutores próximos a Bolsonaro confirmaram que ele "está bem, está forte" e, em seu discurso, vai defender a anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023 e falar sobre a perseguição política promovida, segundo apoiadores, pelo STF contra representantes da direita. 

A manifestação na Avenida Paulista está marcada para iniciar às 14h. O ato vai reunir, além dos eleitores de Bolsonaro, políticos ligados à direita, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A bancada do Partido Liberal (PL) no Congresso Nacional compareceu em peso à manifestação.

Os deputados Sóstenes Calvalcante (PL), líder do partido na Câmara dos Deputados; Zucco (PL), líder da oposição; Gustavo Gayer (PL); Bia Kicis (PL); Marco Feliciano (PL); e Paulo Bilynskyj (PL); os senadores Carlos Portinho (PL), líder da sigla no Senado; Izalci Lucas (PL); Magno Malta (PL); Flávio Bolsonaro (PL); e Marcos Rogério (PL), acompanharam Bolsonaro na manifestação. Além desses, o pastor Silas Malafaia, aliado do ex-presidente e financiador dos atos, também está no local.


Discurso "Justiça já" é alternativa ao pedido de anistia

Diferente das outros manifestações mais recentes, o ato deste domingo buscou mudar o discurso e evitar o uso da palavra anista. As divulgações do evento focaram nos termos "Justiça já" e "Justiça e Liberdade", sem fazer referência à bandeira defendida por políticos da direita, de anistiar os presos pelo 8 de janeiro de 2023. 

Na Avenida Paulista, antes de subir ao trio elétrico, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, falou sobre o propósito da manifestação e, em um ato falho, deixou clara a intenção de afastar o discurso em prol da anistia

"Estamos nas ruas, na Paulista, para lutar por a...", iniciou o deputado. Ao perceber o erro, o deputado fez uma pequena pausa, esboçou um sorriso, e voltou a falar: "para lutar por justiça já". 

"Nós não podemos continuar com tantas pessoas injustiçadas, presas, e continuar a perseguição ao presidente Bolsonaro, a mais de 39 deputados do PL que estão sendo perseguidos, deputados de partidos do Centro, que são mais à direita, e também são perseguidos pelo Judiciário brasileiro, em especial pelo STF na figura dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino ", disse o deputado. 

A crítica à ação penal em curso no STF, que apura a tentativa de golpe de Estado, esteve presente nas falas de todos os políticos que discurssaram na Avenida Paulista nesta tarde. O senador Flávio Bolsonaro alegou que seu pai, o ex-presidente, não está sendo submetido a um julgamento, mas a uma inquisição. 

"O juiz que atua como parte, não é juiz, é um perseguidor. E essa aberração jurídica nós não vamos aceitar. Está faltando equilíbrio e bom senso no nosso país", disse o senador, em referência ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação sobre o 8 de janeiro

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