Alexandre de Moraes , ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ) , vai remeter na segunda-feira (25) à Procuradoria Geral da República ( PGR ) o relatório final do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado que visava manter Jair Bolsonaro (PL) no poder em 2022 e assassinar os presidente e vice eleitos (Lula e Alckmin), além do próprio Moraes.
De acordo com fontes próximas ao ministro obtidas pelo g1, Moraes deve manter o sigilo do relatório final, diferentemente do que aconteceu com as investigações da fraude dos cartões de vacinas e das vendas e compras de joias do acervo presidencial . Bolsonaro também foi indiciado nos dois casos.
A informação é que a manutenção do sigilo sobre o material, neste caso, leva tranquilidade para o trabalho da equipe do procurador-geral da República , Paulo Gonet .
Possível denúncia em conjunto
O procurador-geral, assim que receber o relatório final do golpe, pretende "analisar tudo em conjunto, ver como tudo se encaixa", segundo fontes próximas. Gonet já tem um farto material dos inquéritos das vacinas e das joias do acervo presidencial ligadas ao ex-presidente e o núcleo próximo.
O inquérito do golpe abarca essas investigações e as apurações sobre fake news, milícias digitais e tramas golpistas ocorridas antes e depois das eleições de 2022.
Juntando os inquéritos, já são três indiciamentos da PF a partir de indícios de crimes nas condutas do ex-presidente. Em nenhum dos casos a PGR apresentou denúncia contra o ex-presidente. Gonet sinalizou a pessoas próximas, após a PF indiciar Bolsonaro no caso das joias, que não pretendia oferecer eventual denúncia durante o período eleitoral.
O procurador-geral quis evitar que uma eventual acusação contra o ex-presidente interferisse nas eleições municipais. A postura foi adotada não somente neste caso, mas em todas as investigações sensíveis em andamento no STF.
Gonet vai analisar a possibilidade de formar uma denúncia única , com os três inquéritos da PF contra Bolsonaro e as pessoas do entorno.
Denúncia deve ficar para 2025
A avaliação na PGR é que uma eventual denúncia no caso do inquérito do golpe vai ficar para fevereiro de 2025. O tempo seria hábil para “um bom trabalho não se faz sem análise cuidadosa e criteriosa do material colhido — o que exige tempo”, como integrantes da PGR dizem ouvir do próprio Gonet, segundo apuração do g1.
A análise dos indiciamentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras 36 pessoas deve iniciar a partir da próxima semana.
Gonet e sua equipe irão se debruçar sobre as conclusões dos investigadores. Ao final da análise, caberá ao procurador-geral decidir se denuncia o ex-presidente e os demais investigados pelos crimes apontados pela PF. Ele também pode pedir o arquivamento das investigações ou solicitar mais diligências aos investigadores.