A presidente nacional do PT , Gleisi Hoffmann , criticou publicamente, nesta segunda-feira (28), o ministro Alexandre Padilha por suas declarações sobre o desempenho do partido nas recentes eleições municipais de 2024. A deputada sugeriu que o ministro deveria concentrar esforços em suas responsabilidades de articulação política dentro do governo, ao invés de, segundo ela, fazer críticas ao partido.
“Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças”, afirmou a deputada federal.
Ela ainda complementou: “Padilha devia focar nas articulações políticas do governo, de sua responsabilidade, que ajudaram a chegar a esses resultados. Mais respeito com o partido que lutou por Lula Livre e Lula Presidente, quando poucos acreditavam.”
As críticas de Hoffmann vieram após Padilha fazer uma análise do desempenho do PT nas eleições municipais, onde afirmou que a sigla ainda estaria em uma posição desvantajosa em comparação a outros partidos, especialmente nas eleições locais.
“O PT é o campeão nacional das eleições presidenciais, mas, na minha avaliação, não saiu ainda do Z4 [zona de rebaixamento] que entrou em 2016 nas eleições municipais. Teve conquistas importantes, elegeu cidades importantes nesse segundo turno, mas ainda tem um esforço de recuperação”, declarou.
Ele sugeriu que o partido precisaria refletir sobre o desempenho atual e traçar novas estratégias para retomar seu protagonismo, especialmente em grandes e médias cidades.
Nas eleições de 2024, o PT obteve um aumento no número total de prefeituras em comparação a 2020, passando de 179 para 252 municípios, incluindo a capital Fortaleza. No entanto, a deputada pontuou que, embora o partido não tenha conquistado a maioria dos municípios brasileiros, historicamente, ele sempre teve uma visão voltada para um projeto nacional.
A deputada afirmou que o partido deve considerar alianças mais amplas para garantir a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026.
“Há um crescimento da extrema-direita e precisamos nos preparar para esse enfrentamento”, disse ela.
Segundo Hoffmann, é evidente a necessidade de um diálogo mais amplo para fortalecer o partido nas próximas eleições. “Devemos fazer uma aliança muito mais ao centro, ampliar, para reeleger o presidente Lula.”
Posição de Jilmar Tatto
Além das considerações de Hoffmann, o secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, também apontou questões políticas que podem ter prejudicado o partido nas eleições municipais.
Tatto avaliou que o governo Lula esteve desorganizado politicamente e que faltou uma estratégia de comunicação eficaz para capitalizar sobre as ações governamentais durante o período eleitoral.
Jilmar enfatizou a importância de uma organização mais robusta para garantir que as realizações do governo sejam comunicadas de maneira clara e eficaz ao eleitorado.