Arthur Lira (PP-AL) e Alexandre Padilha (PT) tem histórico de tensões um com o outro
Joédson Alves/Marcelo Camargo/Agência Brasil
Arthur Lira (PP-AL) e Alexandre Padilha (PT) tem histórico de tensões um com o outro

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que errou ao chamar o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de "desafeto pessoal" e "incompetente" . O parlamentar fez a declaração no programa "Conversa com Bial", da TV Globo, exibido na noite de terça-feira (23).

"Tenho erros e acertos. Não tenho problema de reconhecer o erro quando o faço. Vinha apontando, reservadamente ao governo, e eles sabem disso, que há alguns meses que não funciona a articulação do governo. Se você prestar atenção, há um esforço da presidência da Casa e do governo na Câmara de convergir matérias para que elas cheguem muito maduras no plenário", disse Lira.

Para o presidente da Câmara, o atual governo tem tido "melhores condições de governar o país".

"Nesses dias, está sendo dito que Arthur está com muita virulência, vai instalar CPIs, vai fazer pauta-bomba [...] Não há nenhum governo desde que cheguei na Câmara que tenha tido melhores condições de governar o país do que o presidente Lula teve dado por nós", disse o parlamentar,

Sobre a instalação de CPIs, Lira disse: "Temos o regramento. Vou reunir os líderes, com calma, para a gente discutir se vale a pena em ano de eleição, se vai funcionar na Câmara, se não é só exposição, qual tema é mais sensível, qual é mais necessário e qual é mais importante para que a gente veja se instale ou não. Saiu que vão ser instaladas cinco CPIs, porque são só cinco que funcionam por vez".

"Espetacular 2023"

Lira afirmou ainda que o governo teve um "2023 espetacular" por conta do Congresso.

"O presidente Lula teve um ano de 2023 espetacular por tudo o que o Congresso fez, especialmente a Câmara dos Deputados", afirmou o deputado.

Tensão com Padilha

No dia 11 de abril, Lira chamou Padilha de "incompetente", em entrevista à imprensa. Ao ser perguntado sobre um suposto enfraquecimento de seu poder após a votação que manteve a prisão de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) , o presidente da Câmara negou e responsabilizou Padilha pelos rumores.

"Essa notícia foi vazada do governo e, basicamente, do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, um incompetente. Não existe partidarização. Eu deixei bem claro que ontem [quarta-feira] a votação foi de cunho individual, cada deputado responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver", afirmou Lira, após participação em uma feira agroindustrial na cidade de Londrina, no norte do Paraná.

No dia 12, Padilha respondeu Lira, dizendo que não vai "descer a esse nível" e que seguirá sem "rancor". O ministro ainda citou o rapper paulistano Emicida.

"Sobre rancor, a periferia da minha cidade, São Paulo, produziu uma grande figura, o Emicida. Que diz: 'Mano, o rancor é igual tumor, envenena a raiz. A plateia só deseja ser feliz'", disse Padilha em evento no Rio de Janeiro.

"Sobre competência, deixo as palavras do presidente Lula que, no dia de ontem, falou sobre isso. Sobre o resto das palavras, eu não vou descer a esse nível. Eu sou filho de uma mãe alagoana, arretada, que sempre disse: ‘Meu filho, quando um não quer, dois não brigam'", afirmou o ministro.

Parlamentares afirmam que a  tensão entre Lira e Padilha é antiga e não há como ter negociação com o ministro e a Câmara.

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