Elon Musk
Enzo Souza*
Elon Musk

Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), questionou na sexta-feira (12) a indicação de Cristiano Zanin ao Supremo Tribunal Federal (STF) . O bilionário criticou o ministro ser "advogado pessoal" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Musk fez o comentário em uma postagem da página "The Incorrupt" . O texto diz que Zanin era "o mesmo advogado que entrou com uma ação judicial durante as eleições para pedir a suspensão de contas de mídia social de 67 pessoas identificadas como apoiadoras de Bolsonaro, com a perda de seus direitos políticos".

Zanin ganhou notoriedade por ter participado da defesa do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a Operação Lava Jato. Ela atuava em defesas do petista desde 2013, de forma conjunta com os advogados criminalistas José Roberto Batochio e Luiz Felipe Mallmann de Magalhães.  O advogado foi nomeado como ministro do STF no dia 5 de julho do ano passado.

Em resposta ao "The Incorrupt" , o bilionário questionou: "Seu advogado pessoal na Suprema Corte?". A página continuou a conversa, acusando o Congresso Nacional de "conveniência" com a indicação de Zanin. "O sistema político/judiciário do Brasil transmite insegurança jurídica ao mundo".


Mais tarde, através do X, Musk também criticou a indicação do ministro Flávio Dino ao STF, que foi ministro da Justiça, após o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmar que ele era "antigo aliado do partido comunista".

Do Partido Comunista?", perguntou Musk a Nikolas. O parlamentar respondeu "exatamente" e colocou outras fotos de Dino.


Embate com o STF

No último sábado (6), Musk iniciou uma série de postagens criticando o STF e o ministro Alexandre de Moraes.  Ele usou o espaço para comentários do perfil do próprio Moraes no X para atacá-lo. Em uma mensagem de 11 de janeiro, postada por Moraes para parabenizar o ministro aposentado do STF Ricardo Lewandowski por assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Musk questionou: “Por que você exige tanta censura no Brasil?”.

Em outra postagem, ainda no sábado, Musk prometeu “levantar” [desobedecer] todas as restrições judiciais, alegando que Moraes ameaçou prender funcionários do X no Brasil. No domingo (7), Musk acusou Moraes de trair “descarada e repetidamente a Constituição e o povo brasileiro”.

Sustentando que as exigências de Moraes violam a própria legislação brasileira, Musk defendeu que o ministro renuncie ou seja destituído do cargo. Pouco depois, recomendou aos internautas brasileiros usar uma rede privada virtual (VPN, do inglês Virtual Private Network) para acessar todos os recursos da plataforma bloqueados no Brasil.

No dia seguinte, o ministro Alexandre de Moraes determinou a inclusão do empresário entre os investigados do chamado Inquérito das Milícias Digitais (4.874) , que apura a atuação criminosa de grupos suspeitos de disseminar notícias falsas em redes sociais para influenciar processos políticos.

Após a determinação dos ministros, Elon Musk continuou os ataques. O dono do X fez uma série de postagens a respeito do seu embate com as autoridades brasileiras entre a noite de quarta-feira (10) e a madrugada de quinta-feira (11). Em uma das publicações, ele chamou Moraes de ditador.

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