Deputado André Janones (Avante-MG)
Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
Deputado André Janones (Avante-MG)

Polícia Federal informou ao  STF (Supremo Tribunal Federal) que investigações preliminares apontam a suposta prática de rachadinha no gabinete do deputado federal André Janones (Avante-MG). Em relatório entregue ao ministro Luiz Fux, nesta terça-feira (30), o órgão alega que vê indícios da prática ilegal e pede a quebra de sigilos bancário e fiscal do parlamentar para apurar o caso. 

"As diligências concluídas até o momento sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do deputado federal André Janones", diz um trecho do documento assinado pelo delegado Roberto Santos Costa. Através das redes sociais, o parlamentar afirmou que o pedido da PF "causa estranheza", já que ele sempre colocou à disposição das autoridades.

"Mais estranho ainda é apontarem como 'suspeito', um depósito feito quando nenhum dos assessores investigados trabalhavam mais em meu gabinete. Como eles devolviam salário 3 anos após serem exonerados ? Sigo absolutamente confiante que serei absolvido, afinal, eu não devo, quem deve são os bolsonaros, que recorreram até a última instância pra não terem seus sigilos quebrados, e até hoje não justificaram como conseguiram comprar 70 imóveis em dinheiro vivo", acrescenta Janones. 


Segundo a Polícia Federal, a quebra dos sigilos poderá implicar outros seis assessores de Janones. "Somente por meio dessa análise minuciosa será possível chegar a uma conclusão definitiva sobre a natureza e o alcance das ações do parlamentar e de seus assessores", afirmou o delegado Roberto Santos Costa.

O inquérito contra Janones foi instaurado por Fux em dezembro de 2023. Na ocasião, o ministro do STF atendeu a um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). As condutas podem ser enquadradas nos crimes de associação criminosa, peculato, concussão e continuidade delitiva. O deputado também recebeu pedidos de cassação de seu mandato .

Relembre o caso

Janones está na mira da Polícia Federal desde 2021 por suspeita de esquema de rachadinha do gabinete. Em áudios divulgados pelo site Metrópoles, ele pede que seus servidores entreguem uma fatia da renda para custear dívidas de campanha. 

Ele nega as acusações e diz ser alvo de "escândalo armado" e que conseguirá provar sua inocência. "Bolsonaro tentou usar a máquina para me incriminar ainda durante a eleição e não conseguiu, por um simples motivo. Eu não cometi crimes", publicou nas redes sociais. 

As acusações contra Janones originaram-se de ex-colaboradores de seu escritório. Eles alegam que eram pressionados a contribuir com uma porcentagem de seus rendimentos, com os saques sendo coordenados pela atual prefeita de Ituiutaba, em Minas Gerais, Leandra Guedes. Naquela época, além de prestar assessoria a Janones, conforme relatado pelos ex-colaboradores, Leandra também mantinha um relacionamento amoroso com o parlamentar e desfrutava de sua confiança.


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