A Polícia Federal deflagrou uma nova operação, nesta segunda-feira (29), para investigar ações da Abin durante o governo Bolsonaro. Nesta ação, um dos alvos é o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o segundo filho do ex-presidente.
A PF cumpre mandados de busca na casa de Carlos Bolsonaro, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e em Angra dos Reis (RJ), onde o vereador está nesta segunda. Ainda, os assessores do vereador também são alvos da operação, por pedirem informação para o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem .
Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos: um em Angra dos Reis, cinco no Rio de Janeiro, um em Brasília, um em Formosa (GO) e um em Salvador(BA).
Carlos Bolsonaro está no seu sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal do Rio e é quem cuida das redes sociais de Jair Bolsonaro. Até o momento, o parlamentar não se pronunciou sobre a operação.
A nova ação da Abin Paralela mira aqueles que foram receptores das informações produzidas ilegalmente pela agência.
"Nesta nova etapa, a Polícia Federal busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas. Nessas ações eram utilizadas técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias, sem, contudo, qualquer controle judicial ou do Ministério Público", afirma a PF.
Segundo a Polícia Federal, os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Na última quinta-feira (26), Ramagem teve seis celulares e dois notebooks apreendidos. A operação de semana passada foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Na decisão, o magistrado disse que a Abin foi usada para elaborar relatórios de defesa a favor do senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente.
"A utilização da Abin para fins ilícitos é, novamente, apontada pela Polícia Federal e confirmada na investigação quando demonstra a preparação de relatórios para defesa do senador Flávio Bolsonaro, sob responsabilidade de Marcelo Bormevet, que ocupava o posto de chefe do Centro de Inteligência Nacional – CIN, como bem destacado pela Procuradoria-Geral da República", pontuou o ministro.