Os comandantes das Forças Armadas não apoiaram a tentativa de golpe de 8 de janeiro do ano passado , afirmou o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que, no entanto, admitiu que alguns militares ficaram inconformados com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
Os chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica "não queriam o golpe, em nenhum momento se falou nisso", segundo Múcio.
"Sentimos uma coesão muito grande", disse o ministro em entrevista à CNN Brasil, acrescentando que todos os comandantes estavam reunidos no Quartel-General do Exército em 8 de janeiro de 2023.
"O Exército, a Aeronáutica e a Marinha estavam absolutamente a favor da Constituição. Evidentemente que você tinha indisciplinados. Como em um clube de futebol você tem um jogador indisciplinado no jogo, você tira o indisciplinado, mas o time continua", comparou.
O ministro reconheceu que alguns militares "não tinham se conformado com o resultado das eleições" de outubro de 2022. No mês seguinte, foi montado um acampamento em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, de onde saíram muitos dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
"Não podíamos tomar a iniciativa de tirar [as pessoas do acampamento] porque íamos mexer com muita gente que nós não podíamos mexer, era uma coisa muito delicada", disse Múcio, que participará com Lula nesta segunda-feira (8) de um evento para relembrar o primeiro aniversário da tentativa de golpe.