Nesta quarta-feira (20), a Polícia Federal realizou buscas na residência de Vinícius Sarciá Rocha, irmão do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ). O chefe do executivo fluminense é alvo das investigações sobre suposto esquema de corrupção.
De acordo com informações da jornalista Andreia Sadi, apresentadora da GloboNews, as ações ocorrem por causa de um inquérito permitido pelo Superior Tribunal de Justiça.
Cláudio Castro é investigado por sua suposta participação em um esquema de corrupção que remonta à sua época como vereador e vice-governador.
A Procuradoria-Geral da República defende a apuração de seis crimes a partir de 2017, incluindo organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e peculato.
Segundo a PF, os investigados fraudaram contratos e licitações, além de receberem vantagens indevidas em programas sociais, como o Agente Social, Novo Olhar, Qualimóvel e Rio Cidadão.
"O grupo obteve vantagens econômicas e políticas indevidas, pois procurou direcionar a execução dos projetos sociais para seus redutos eleitorais, aproveitando-se também da população mais necessitada", disse a PF.
"Foram identificados pagamentos de vantagens ilícitas variáveis entre 5% e 25% dos valores dos contratos na área de assistência social, que totalizam mais de R$ 70 milhões", concluiu.
Mesmo sendo alvo das investigações, a PF não tem nenhum mandado de busca e apreensão contra o governador do Rio. As buscas desta quarta foram direcionadas principalmente a Vinícius Sarciá Rocha, presidente do Conselho de Administração da Agerio.
Outras figuras públicas foram alvo das buscas, incluindo Astrid de Souza Brasil Nunes, subsecretária de Integração Sociogovernamental e de Projetos Especiais da Secretaria Estadual de Governo, e Allan Borges Nogueira, gestor de Governança Socioambiental da Cedae.
As investigações iniciaram após o empresários Marcus Vinícius Azevedo da Silva ter acusado Cláudio Castro, em delação, de ter recebido propina da Subsecretaria da Pessoa com Deficiência da Prefeitura do Rio em 2017.
Além disso, o delator acusa o governador de participar de um esquema de corrupção na Fundação Leão XIII após ser eleito vice-governador.
Segundo a delação, Castro teria recebido US$ 20 mil durante uma viagem aos Estados Unidos e, em 2019, buscado outros R$ 120 mil em um escritório de uma empresa ligada à Fundação Leão XIII.
A PGR alega que esses crimes podem ter continuado durante a gestão de Cláudio Castro como governador, iniciada em 2021, o que amplia a gravidade das acusações.