Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, surpreendeu ao ser o único petista a votar a favor da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que visa limitar os poderes do Supremo Tribunal Federal. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, criticou o senador nesta quinta-feira (23).
A líder do PT expressou seu descontentamento com o posicionamento do colega de partido, enfatizando a importância do alinhamento interno diante de temas sensíveis como a limitação dos poderes do STF.
“Eu considerei o voto do Jaques um erro, e vamos tentar agora na Câmara fazer as articulações para não deixar essa PEC prosperar”, declarou a deputada.
A votação da PEC não obteve êxito no primeiro turno, sendo marcada por algumas ausências notáveis, como a do senador Omar Aziz (PSD-AM), que influenciaram diretamente no resultado.
Apesar da aprovação nos dois turnos, com 52 votos a favor e 18 contrários, o PT, por meio de Gleisi, demonstrou uma clara posição de resistência em relação à proposta.
Hoffmann afirmou que a aprovação da PEC é de interesse da extrema-direita. A presidente do PT argumentou que não era o momento ideal para debater a limitação dos poderes dos ministros do STF, destacando o papel ativo do judiciário no combate a ações golpistas e durante a pandemia.
“Nós achávamos que aquilo não era oportuno de ser discutido, e que, na verdade, servia aos interesses da extrema-direita que queria que a investigação sobre os atos antidemocráticos não acontecesse, não chegassem nos devidos culpados”, declarou.
“Não era o momento de se debater isso, até pelo papel que o Supremo Tribunal Federal teve e estava tendo no combate às ações golpistas, no enfrentamento aos atos antidemocráticos, pelo papel que teve na pandemia, que, aliás, foram decisões monocráticas do Supremo que garantiram aos municípios e estados atuarem na pandemia”, concluiu.