Guilherme Derrite e Jair Bolsonaro
Reprodução: Instagram
Guilherme Derrite e Jair Bolsonaro

O Secretário de Segurança Pública de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Guilherme Derrite (PL-SP)  tem sido sondado pelo  ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para disputar as eleições municipais de São Paulo em 2024.

A priori, Derrite diz que pretende continuar na administração do estado paulista.

O secretário aparece como uma boa opção dentro do cenário bolsonarista para a prefeitura de SP. O ex-presidente já demonstrou interesse em querer apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) , mas não o vê como um bom representante da direita. Tarcísio também parece que vai ficar ao lado do atual prefeito na disputa de 2024. 

Outra opção para Bolsonaro é apoiar a candidatura do deputado federal Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente de seu governo. No entanto, o parlamentar tem richas com a cúpula do PL, e, por isso, precisa ser autorizado pela legenda para disputar o pleito por outra sigla.

Quem é Derrite?

Nascido em Sorocaba, interior de São Paulo, Guilherme Muraro Derrite, de 39 anos, é oficial da reserva da Polícia Militar e deputado federal licenciado. Ele também é bacharel em Ciências Sociais e Segurança Pública, além de possuir bacharelado em Direito. 

O PM comandou pelotão de ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) de 2013 a 2015 e  á chegou a ser afastado por excesso de homicídios. Em sua cartilha, ele afirma que o papel da polícia é “tocar o terror”.

Durante o tempo como deputado federal (2018-2022), compôs a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e a Comissão de Constituição e Justiça. 

No primeiro mandato, ele foi relator do PL 6579/13, que encerra as saídas temporárias de presos no Brasil. No ano passado, ele desenvolveu o plano de governo de Tarcísio de Freitas.

Derrite ganhou notoriedade ao dar declarações que incentivavam a letalidade policial. Em 2018, ele afirmou que era vergonhoso um PM não matar três criminosos em cinco anos.

“Porque pro camarada [policial] trabalhar cinco anos na rua e não ter matado três ocorrências, na minha opinião, é vergonhoso, né?! Mas é a minha opinião”, afirmou o militar.

Em janeiro de 2023, ele disse que se arrependeu da fala e que hoje incentiva o não combate.

"Eu estive na Rota [a tropa de elite da PM] na semana passada conversando com os oficiais, e isso era uma coisa informal, que ninguém sabe, mas fui lá justamente para passar o recado: ‘Senhores, nosso compromisso é de não estimular o confronto", disse à Folha de São Paulo.

Recentemente, Derrite declarou que a imprensa “trabalha a favor de criminosos” e que a mídia “romantiza” traficante.

“A imprensa, algumas vezes, romantiza a vida do ‘cara’ [traficante]. Como foi a questão do soldado Patrick Reis. O ‘sniper do tráfico’ [sobre o atirador que matou Patrick], chamando o bandido de sniper, qualificando. Então, existe uma guerra cultural por trás”, afirmou Derrite em conversa nas redes sociais com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Para o secretário da Segurança Pública de São Paulo, a imprensa é canalha e trabalha para o crime. Ele ainda relacionou jornalistas com criminosos. “Como diria um ex-comandante meu: esses indivíduos, não é que eles torcem para o outro lado. Eles trabalham a favor do crime, esses covardes", disse Derrite em outubro deste ano.

Aliado da família Bolsonaro, Derrite já defendeu o antigo governo em relação à criminalidade.

"Não é possível que em 2023, tenha gente que ainda pense no discurso de que, olha, a culpa da criminalidade é que o presidente Bolsonaro flexibilizou [o armamento]. Isso é uma coisa de quem é cego, ou é enviesado, ou não sabe nada de segurança pública. Dessas 119 armas, nenhuma arma é do atirador, coronel, ou secretário. Todas do mercado ilícito", declarou o secretário durante palestra.


    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!