Senador Sergio Moro (União-PR)
Roque de Sá/Agência Senado
Senador Sergio Moro (União-PR)

O senador Sergio Moro, também ex-juiz da Lava-Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro , criticou a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que a nulou provas do acordo de leniência da Odebrecht no contexto da operação . Ele ainda comentou sobre a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para uma vaga na Corte .

Moro disse à Folha de São Paulo que houve "erros técnicos" na decisão tomada por Toffoli sobre a Odebrecht, indicando que não teria havido "alguma adulteração" nas provas apresentadas pela empreiteira. O ex-juiz da Lava Jato diz que foram homologados 77 acordos de delação premiada com os executivos da empresa e que precisam ser analisados "em cada caso concreto". 

O senador diz que a decisão do ministro serve como um "revanchismo" por parte do governo Lula. O petista foi preso em 2018 pelos desdobramentos da Operação Lava-Jato e solto em 2019. Para Moro, é uma tentativa de "reescrever essa parte da história".

"Por exemplo, há uma afirmação de que a prova não teria sido obtida por cooperação jurídica internacional, [mas foi] baseada numa informação falsa prestada pelo Ministério da Justiça. E depois o próprio ministério informou que houve, sim, a cooperação. Esses elementos de prova, a contabilidade da Odebrecht foi fornecida pela própria empresa, não existe nenhum indicativo de que teria havido alguma adulteração", afirmou o senador.


Críticas às decisões de Lula

Sergio Moro comentou ainda sobre a indicação de Lula para a vaga no STF após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, que acontece nesta quinta-feira (28) . Dias atrás, o mandatário afirmou que não deve escolher uma pessoa para o cargo por gênero ou cor . Sobre a afirmação do presidente, o senador destacou que o petista tomou a decisão por "desgosto" das indicações anteriores, referindo-se ao ex-ministro Joaquim Barbosa.

"Há um desgosto, uma decepção do Lula com a anterior nomeação do ministro Joaquim Barbosa, que, ao contrário de ser subserviente, foi um juiz altivo e mostrou independência na condução do caso do mensalão. Para o Lula, isso é um erro, porque ele queria um escravo, e não um juiz", relata Moro.

O ex-juiz ainda criticou a gestão de Flávio Dino, ministro da Justiça e da Segurança Pública - cargo que já foi de Moro no governo passado.

"Hoje se vê um Ministério da Justiça focado em pautas que não interessam à população. Há, por exemplo, uma crise de segurança na Bahia e o governo parece paralisado. Nós vimos, no 8 de janeiro, a Força Nacional inoperante, e [ela] poderia ter sido utilizada para prevenir as invasões", diz Sergio Moro à Folha de São Paulo.


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