Além de Paulo Guedes, outras autoridades eram monitoradas
Agência Brasil
Além de Paulo Guedes, outras autoridades eram monitoradas

A decisão que condenou Walter Delgatti Neto, conhecido como "Hacker da Vaza Jato", a 20 anos de prisão nessa segunda (21), afirma que ele monitorava em tempo real o então ministro da Economia, Paulo Guedes.

"Verificou-se que Walter Delgatti monitorava em tempo real a conta do então ministro de Estado da Economia Paulo Guedes, além de outros 30 perfis do Telegram", afirma o juiz federal Ricardo Leite na sentença. O magistrado da 10ª Vara Federal do Distrito Federal (DF) decidiu pela condenação de Delgatti Neto pela invasão de contas no Telegram em 2019.

Entre elas, a do então juiz  Sergio Moro, hoje senador pelo partido União Brasil, e do então procurador Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava Jato e ex-deputado federal pelo Podemos, que teve seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em maio deste ano.


De acordo com o juiz, Delgatti armazenava, em uma subpasta de arquivos, imagens e prints de telas de "diversas pessoas, entre elas procuradores da República, delegados de Polícia Federal, advogados, entre outros", o que indica, segundo Leite, que o "hacker" não agia de forma idealista. 

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles tinham pastas entre os arquivos, além de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado à época.

"Se o intuito, realmente fosse somente o de reparar injustiças, não teria hackeado o ministro Paulo Guedes e conselheiros do CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público]. A amplitude das vítimas é imensa e poderia render inúmeras ocasiões de extorsões", disse, reiterando que havia intenção de vender as conversas.

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