O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), declarou nesta segunda-feira (31) que é essencial investigar as mortes ocorridas em Guarujá, litoral de São Paulo. Para ele, os uniformes policiais são importantes para esclarecer ações como as do fim de semana.
"Hoje, surgiram com mais força essas denúncias. Claro que a ouvidoria do estado de São Paulo e o Ministério Público de São Paulo irão requisitar inclusive as imagens das câmeras. Porque houve essa decisão no governo passado, de implantar nos uniformes lá em São Paulo e, com certeza, as imagens das câmeras vão conseguir demonstrar se houve aquilo que o governo do estado tem informado, ou seja, reação a ataques, ou se houve de fato descumprimento da lei", afirmou.
"Neste momento, o fundamental é garantir que haja essa investigação independente no estado de São Paulo, e não tenho dúvida que as imagens das câmeras são fundamentais para esclarecimento do fato. Essa providência, com certeza, as autoridades de SP vão tomar, e nós, do governo federal, estamos acompanhando. Não podemos, no momento, fazer nenhum tipo de intervenção no estado, ou qualquer tipo de presunção", completou.
Tarcísio de Freitas
Por outro lado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que as denúncias da Ouvidoria das Polícias são "narrativas", negando que tenha havido excessos por parte das forças de segurança. Ele ressaltou que todas as ocorrências são investigadas, mas enfatizou a necessidade de enfrentar o tráfico de drogas e o crime organizado.
“Não há ocorrência que não seja investigada. Agora, não podemos permitir que a população seja usada, e não podemos sucumbir a narrativas. A gente está enfrentando o tráfico de drogas. A gente está enfrentando o crime organizado, e a gente tem de ter consciência disso”, pontuou.
O caso
O incidente ocorreu após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, atingido por tiros durante patrulhamento na comunidade Vila Zilda. A Ouvidoria das Polícias recebeu denúncias de supostos abusos por parte dos policiais, incluindo atirar contra suspeitos sem dar chance de rendição e invadir casas sem mandado judicial.
A Polícia Militar negou as acusações e afirmou que os policiais agiram em legítima defesa, pois os suspeitos teriam atirado primeiro. O caso está sob investigação da Polícia Civil de São Paulo.