Ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB)
Agência Brasil
Ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB)

Élcio Queiroz, ex-policial militar preso desde 2019, confessou à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio de uma delação premiada, que Ronnie Lessa, ex-policial reformado também preso há quatro anos,  matou a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes com uma submetralhadora. Ambos serão julgados pelo Tribunal do Júri, mas a sessão segue com data indefinida. Élcio deu detalhes do caso e disse que dirigia o veículo de ataque. 

As informações foram reveladas pelo ministro da Justiça,  Flávio Dino (PSB), durante uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (24). No depoimento, Élcio revelou que o ex-bombeiro  Maxwell Simões Corrêa – conhecido como Suel – vigiou a vereadora e participaria do atentado no seu lugar, mas acabou sendo trocado pelo ex-PM. Suel foi preso nesta segunda-feira na Operação Élpis.

Em 2020, ele já havia sido preso e, em 2021, foi condenado a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações do Caso Marielle; ele cumpria a pena em regime aberto. Segundo o MPRJ, Maxwell era o dono do carro usado para esconder as armas que estavam no apartamento de Ronnie Lessa, seu amigo. Ele também teria ajudado a jogar o armamento no mar, a fim de eliminar provas do crime.

Acordo de delação premiada

O ministro Flávio Dino afirmou que Élcio Queiroz, réu por envolvimento no assassinato da vereadora  Marielle Franco, após revelar mais informações do crime em delação premiada, terá benefícios em razão do acordo, mas permanecerá preso. Segundo Dino, a delação de Élcio e a prisão de Suel representam um “evento de enorme importância”, e encerra a apuração sobre a execução das vítimas em si. "As cláusulas ainda permanecem sob sigilo judicial, mas posso afirmar que o senhor Élcio continuará preso em regime fechado. Inclusive, onde se encontra”, detalhou.

As investigações, porém, seguem para chegar aos possíveis mandantes do crime, e levarão "sem dúvida" aos mandantes do assassinato de Marielle Franco,  afirmou o ministro na coletiva desta segunda. “Isso permite que tenhamos, com o esclarecimento definitivo, uma proteção à atividade política, especialmente das mulheres no Brasil”, disse. “A vereadora é um símbolo neste momento de luta contra a impunidade, símbolo de como a união das instituições consegue ter melhores resultados", complementou.

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