Mauro Cid
Reprodução: Alan Santos/PR
Mauro Cid

O tenente-coronel Mauro Cid , ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL),  preso desde o dia 3 de maio por suspeita de fraude em dados de vacinação contra a Covid-19 no Ministério da Saúde, deve prestar depoimento nesta terça-feira à CPMI dos atos golpistas

Quem é Mauro Cid?

Mauro Cesar Barbosa Cid, tem 44 anos e é natural de Niterói (RJ). Ele tem mais de 20 anos de Exército e concluiu a Academia Militar das Agulhas Negras em 2000, além de realizar diversos cursos da carreira militar. Seu objetivo era se tornar general, assim como seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid.

Lourena Cid foi um colega de Jair Bolsonaro nas turmas de cadetes da Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), em Resende, na década de 1970.

Ajudante de ordens

Em 2018, Mauro Cid iria assumir uma função do Exército nos Estados Unidos, mas foi designado a se tornar ajudante de ordens de Bolsonaro, cargo no qual permaneceu durante todo o mandato do ex-presidente.

O ajudante de ordens é a pessoa que assessora particularmente uma autoridade. No caso do presidente da República, esse é um trabalho em período integral. Mauro Cid ajudava Bolsonaro em assuntos oficiais e particulares, e se tornou também uma espécie de conselheiro do ex-presidente.

As tarefas do tenente-coronel era as mais diversas, desde carregar a pasta de Bolsonaro, filmar o "cercadinho" e gravar lives, até servir de intérprete em conversas com autoridades internacionais, já que Mauro Cid é fluente em inglês e espanhol. 

Na função, Cid ganhava R$ 17.152,89 de salário líquido recebido do Exército Brasileiro, segundo o portal da transparência.

Durante o mandato de Bolsonaro, Mauro Cid também foi designado a executar tarefas complexas. Foi ele quem articulou as tentativas de recuperar as joias sauditas apreendidas no aeroporto de Guarulhos.


Prisão

No dia 3 de maio, o tenente-coronel foi preso pela PF suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A corporação investiga a possibilidade da falsificação das carteiras de vacinação de Bolsonaro, sua filha Laura, Mauro Cid, a esposa e a filha.

Joias sauditas

Mauro Cid também realizou tentativas para  regularizar um conjunto de joias entregue pelo governo da Arábia Saudita que foram apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos (SP) por não terem autorização.

Golpe de Estado

Em junho, a Polícia Federal encontrou um roteiro de golpe no celular de Mauro Cid . Nas mensagens, o tenente-coronel foi cobrado por integrantes das Forças Armadas para convencer Bolsonaro a realizar um golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022.

A maioria das mensagens teve o coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, como remetente. Elas foram enviadas durante o mês de dezembro.

No plano, Bolsonaro nomearia um interventor, que estaria no comando da Polícia Federal e poderia suspender atos que ele considerasse inconstitucionais.

Em outra fase, havia a etapa de afastar os ministros do Tribunal Superior Eleitoral alegando que eles seriam os “responsáveis pela prática de atos com violação de prerrogativa de outros Poderes”, de acordo com o documento.

Na oitiva da CPMI desta terça-feira (11), Mauro Cid deve ser questionado as mensagens encontradas no celular que indicariam um plano de golpe de Estado. Além disso, os parlamentares devem perguntar se houve participação direta ou indireta de Cid e do ex-presidente durante os atos golpistas.


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