Celso Sabino (União Brasil - PA), deputado Federal pelo Pará, deve assumir o Ministério do Turismo após a pressão do União Brasil para escolher outro representante da sigla no governo federal. Ele irá substituir Daniela Carneiro , chefe da pasta que deixou a legenda após polêmicas sobre o comando do diretório do Rio de Janeiro.
Segundo Waguinho (Republicanos-RJ), prefeito de Belford Roxo (RJ) e marido de Daniela, a atual ministra deve entregar carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (6) após às 15h . Neste mesmo horário, o chefe do Executivo tem uma reunião com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que também vem articulando a saída de Carneiro junto ao mandatário.
Daniela pediu desfiliação do União Brasil em abril, mas precisa aguardar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral para oficializar a saída. Ela tem negociações avançadas com o Republicanos.
Quem é Celso Sabino?
Celso Sabino de Oliveira é ex-tucano, evangélico, aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e esteve lado a lado com o Jair Bolsonaro (PL) durante os quatro anos de governo.
Sabino iniciou a vida política em 2011, aos 44 anos, quando foi eleito deputado estadual suplente em Belém, pelo antigo PR. No ano seguinte, foi nomeado secretário estadual na Seter (Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda). Já em 2013, o paraense se filiou ao PSDB e foi eleito deputado estadual.
Nas eleições de 2018, Sabino foi eleito deputado federal pelo PSDB. Um dos principais aliados de Aécio Neves (MG) na Câmara dos Deputados, o paraense foi o relator do pedido de expulsão do mineiro em 2019, que acabou rejeitado pela Executiva da sigla.
Em 2020, o deputado postou uma foto ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro — o que incomodou os tucanos. Apesar de não explicitar o apoio ao ex-mandatário, Sabino afirmou ser "A favor do Brasil". Em 2021, ele anunciou a saída do partido.
Celso Sabino chegou a viajar com o ex-presidente e apoiá-lo em decisões durante a pandemia, como a indicação de Marcelo Queiroga a pasta da Saúde.
A relação de Sabino com Bolsonaro também foi evidenciada pelas grandes quantias do Orçamento Secreto direcionadas ao político. Sabino se beneficiou de, ao menos, R$ 27,2 milhões de verbas em 2022. No mesmo ano, o parlamentar esteve entre os 30 deputados federais que mais indicaram recursos — R$ 54,1 milhões.
Ainda, Celso Sabino já teve conflitos com Lula no passado. Em 2016, nas redes sociais, ele condenou a indicação de Lula como ministro da Casa Civil pela então presidente Dilma Rousseff (PT). Sabino chegou a insinuar que existia uma estratégia do PT para que o petista, investigado pela operação Lava Jato, conseguisse garantir foro privilegiado.
Em junho deste ano, Sabino apagou a publicação contra Lula. Na postagem, ele se referiu a Lula como "homem que poderia ser preso por crimes como lavagem de dinheiro".
"Aconteceu o que era previsto. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de ser empossado como novo ministro da presidente Dilma, ele assume a casa Civil. Sem ouvir o clamor das ruas, sem observar aquilo que os cidadãos e cidadãs brasileiras pedem. A chefa do executivo nacional aceitou a manobra do seu partido para garantir o foro privilegiado ao homem que poderia ser preso por crimes como lavagem de dinheiro, para não citar outros. Assim caminha a atual conjuntura política brasileira", dizia a publicação apagada.