Senador Cid Gomes
Agência Brasil
Senador Cid Gomes


O senador Cid Gomes (PDT-CE) se manifestou nesta terça-feira (4) após ser derrotado por Ciro Gomes (PDT-CE) em uma disputa interna do partido. O parlamentar afirmou que não tem briga com o irmão, mas que os dois possuem visões diferentes em relação ao posicionamento da sigla.

“Divergências, visões diferentes, isso é natural, veja que a Gleisi (presidente do PT) destoa de algumas coisas do Haddad (ministro da Fazenda). O Ciro pode ter a divergência que quiser, respeita-se. Princípio democrático, maioria prevalece e respeita-se as minorias, simples assim”, falou Cid em entrevista ao jornal O Globo.

“Não tenho briga com o Ciro. Briga só existe quando os dois querem. Ele (Ciro) tem uma tese e em determinado momento eu posso ter uma tese diferente. Isso para mim não é briga, é explicitar opiniões”, acrescentou.

Recentemente, Ciro Gomes chegou a dizer que recebeu uma “facada nas costas” ao citar a divergência com o irmão. Porém, Cid evitou tratar do tema. “Eu não brigo com o Ciro e não comento declarações polêmicas do Ciro”, comentou.

O senador trabalha internamente para que o PDT apoie o governador do Ceará Elmano de Freitas (PT), mas Ciro Gomes conseguiu barrar a tentativa. Cid apontou incoerência do partido, já que a cúpula nacional faz parte do governo Lula.

“A direção nacional do PDT não é o Lupi? O Lupi não é ministro do Lula? O PDT não está aliado ao PT formalmente? O PDT não apoiou o Lula no segundo turno por unanimidade por decisão da Executiva, com o Ciro presente?”, falou o parlamentar.

Ciro Gomes mostra força no PDT e vence batalha contra irmão

Ciro Gomes conseguiu enfraquecer seu irmão Cid Gomes no PDT do Ceará. A comissão executiva nacional do partido resolveu na segunda (3) realizar uma intervenção no diretório cearense até dezembro, quando chega ao fim o atual mandato no colegiado.

As desavenças existem desde o ano passado. Ciro fez críticas pesadas ao PT nacional e fez com que o PDT lançasse a candidatura de Roberto Claudio ao governo do Ceará, quebrando um acordo com o ex-governador Camilo Santana (PT).

O atual ministro da Educação apoiaria Izolda Cela, que era do PDT, mantendo a união entre os dois partidos no estado. Porém, Ciro trabalhou internamente para lançar o seu candidato favorito, gerando muita confusão na sigla e também na sua família.

Cid ficou muito irritado com a candidatura de Roberto Claudio e se colocou neutro na disputa cearense. Já Camilo Santana apoiou Elmano, que venceu no primeiro turno com pouco mais de 50% dos votos.

De lá para cá, o PDT ensaiou retomar a aliança com o PT no Ceará, mas nunca oficializou por falta de apoio no diretório nacional.

Nas últimas semanas, Cid aumentou a pressão, o que gerou a reunião desta segunda. No encontro, às principais lideranças da legenda colocaram seus pontos e votaram.

Sete diretores do PDT – incluindo Ciro Gomes – votaram a favor da intervenção do diretório nacional no colegiado do partido no Ceará. Três membros – Carlos Lupi, presidente da agremiação, e Cid fazem parte do grupo – resolveram se abster.


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