Presidente Lula conversa com o jornalista Marcos Uchoa no programa Conversa com o Presidente
Ricardo Stuckert/PR - 13/06/2023
Presidente Lula conversa com o jornalista Marcos Uchoa no programa Conversa com o Presidente

Nesta segunda-feira (19), o  presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou um programa habitacional lançado pela Prefeitura de Campinas (SP), que tem o objetivo de construir casas de 15 metros quadrados para pessoas de baixa renda. Durante sua live semanal, o mandatário disse que o projeto contribui para a "degradação do ser humano".

"É importante a gente lembrar que precisamos discutir as palafitas, é preciso discutir o processo de degradação que mora o ser humano. Aquela história do prefeito [de Campinas] de fazer uma casa de 15 metros quadrados. Se essa moda pega, daqui a pouco estaremos construindo poleiros para que o povo possa morar. É o absurdo do absurdo do absurdo", afirmou.

Na transmissão, o chefe do Executivo também disse que a política de preservação ambiental não pode deixar de lado o bem-estar da população.

O programa lançado pela Prefeitura de Campinas tem repercutido negativamente e se tornou alvo de críticas devido ao tamanho das casas estabelecido pelo projeto. As moradias, conforme a configuração, têm dois cômodos.

Anteriormente, durante entrega de moradias do programa "Minha Casa, Minha Vida" no Pará, Lula já havia feito críticas à iniciativa.

"Ontem, eu vi na televisão que na cidade de Campinas, que é uma das mais ricas do país, o prefeito está construindo casas de 15 metros quadrados para famílias de sete pessoas", disse ele no último sábado (17). "Isso significa que este prefeito não entende de pobre, não é um cara humano. Ele acha que pobre pode ser tratado como uma coisa qualquer, e não como um ser humano que merece respeito", acrescentou.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o prefeito da cidade, Dário Saadi (Republicanos), rebateu as declarações e afirmou que o presidente disse "bobagens, besteiras e mentiras" sobre ele.

No vídeo, Saadi disse que o programa é uma "ação conjunta da prefeitura com a Justiça", que atendeu a pedidos de moradores que receberam ordem de despejo. "A prefeitura fez um loteamento urbanizado, com infraestrutura, asfalto, água, energia elétrica e, atendendo à reivindicação dos moradores, construiu o embrião, que é uma unidade pequena preparada para ampliação", afirmou.

Em relação às críticas ao programa, o vice-prefeito de Campinas, Wanderley de Almeida, disse que as falas negativas sobre a iniciativa são "lamentáveis".

"Claro que a ideia seria ir para uma casa acabada. Mas lá tem família em moradia improvisada, são barracos, sem saneamento básico, com ação de reintegração de posse, e um prazo da Justiça para sair de lá", declarou.

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