O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) afirmou que "não pensa duas vezes" em defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) .
"Avaliando Lula, avaliando Bolsonaro, eu não penso duas vezes em defender Bolsonaro contra Lula", disse Dallagnol em entrevista ao Roda Vida na noite de segunda-feira (29).
Ele ainda criticou o encontro de Lula com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro , dizendo que Bolsonaro não se encontrou com ditadores. No entanto, o ex-presidente já se reuniu com o príncipe saudita Mohammad bin Salman, herdeiro de um regime que viola os direitos humanos.
Cassação
Dallagnol também falou sobre a cassação do mandato durante o Roda Viva. Segundo ele, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral o cassaram "por interesse".
"Um ministro chega ao tribunal superior não só porque é indicado pelo presidente, mas porque é apoiado por uma série de partidos e figurões da nossa República. [...] Essas pessoas querem vingança, o sistema quer vingança", diz o ex-procurador da Lava-Jato.
Por unanimidade, o TSE votou por cassar o mandato de Deltan Dallagnol no dia 16 de maio.
Uma ação apresentada a Corte pela Coligação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) e pelo PMN questionou o registro de Deltan para concorrer como deputado. Os motivos foram:
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Condenação do Tribunal de Contas da União (TCU) por gastos em passagens e diárias de outros procuradores da Operação Lava Jato
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Dallagnol teria pedido exoneração enquanto era procurador por ser alvo de 15 procedimentos administrativos que poderiam culminar em demissão, aposentadoria ou compulsória.
Para os partidos, ao tentar deixar o cargo antes do resultado dos procedimentos, ele quis burlar a Lei de Inelegibilidade e a Lei da Ficha Limpa. Agora, ele tem até o dia 31 de maio para apresentar defesa.
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