Gabriela Hardt ao lado de Sergio Moro
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Gabriela Hardt ao lado de Sergio Moro


Nesta terça-feira (23), a juíza Gabriela Hardt reassumiu temporariamente a Operação Lava Jato após o afastamento do juiz Eduardo Appio. Ela ficou conhecida por ter substituído o ex-juiz Sergio Moro e condenado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2019 no processo do sítio de Atibaia.

Hardt, de 42 anos, nasceu no Paraná e cresceu em São Mateus do Sul, que fica a 150 quilômetros de Curitiba, capital do estado. Ela viveu anos no interior paranaense porque seu pai era funcionário de uma unidade da Petrobras na cidade de que possui pouco mais de 45 mil habitantes.

Ela se formou em Direito pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e fez a prova do concurso público para a Justiça Federal em 2007. Dois anos depois, conseguiu ser nomeada juíza e começou a trabalhar em Paranaguá.

Durante sua trajetória, atuou ao lado de Luiz Antônio Bonat, alçado a desembargador da Corte Regional; e Sérgio Moro. Ela nunca escondeu sua admiração e boa relação com o atual senador da República.

Em 2019, ao condenar Lula a 12 anos e 11 meses de prisão no inquérito de um suposto pagamento de propina ao petista através de obras em um sítio em Atibaia, Gabriela se tornou uma figura midiática.

Entre elogios e críticas, Hardt foi acusada de “copiar e colar” a sentença assinada por Moro no inquérito do tríplex do Guarujá. Há trechos da sentença da juíza que “sítio” foi trocado por “apartamento”. Ela confessou ter usado o documento do ex-ministro como “modelo”.

A condenação de Lula foi suspensa pelo Tribunal Superior Eleitoral e Moro foi considerado suspeito pela Corte. Por conta disso, o petista recuperou seus direitos políticos e se tornou presidente da República pela terceira vez.

Mas o trabalho da juíza continuou em Curitiba. Recentemente. Ela determinou a prisão de nove pessoas do PCC que planejavam seqüestrar o ex-magistrado da Operação. Gabriela acatou o pedido da Polícia Federal e autorizou a Operação Sequaz, que foi feita em 22 de março.

Primeiras ações ao retornar para o cargo de juíza da Lava Jato

Ao reassumir a titularidade da Lava Jato, a juíza ordenou nesta terça que o Ministério Público Federal se posicione sobre a decisão de Appio de ter mandado a Polícia Federal investigar escutas ilegais encontradas na cela de Alberto Youssef. Os equipamentos foram achados no período em que o doleiro estava preso em um espaço da unidade do órgão em Curitiba.

Afastamento de Eduardo Appio

Na noite de segunda (22), o juiz Eduardo Appio foi afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba pelo Conselho do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

A decisão ocorreu após uma representação do desembargador federal Marcelo Malucelli. O magistrado alegou que o filho dele, João Eduardo Barreto Malucelli, recebeu “ameaças” através de um telefonema.

De acordo com a denúncia, a ligação aconteceu de um número não identificado e a pessoa se apresentou como Fernando Gonçalves Pinheiro, um suposto servidor do setor de saúde da Justiça Federal. Só que não há nenhum funcionário com esse nome atuando no local.

Malucelli é pai de um sócio do ex-juiz Sergio Moro. O desembargador se colocou como suspeito para analisar qualquer caso que faça parte da Operação Lava Jato.

O Conselho do TRF-4 argumentou que há indícios de que Eduardo Appio tenha sido o responsável por ligar para o filho de Marcelo. Por isso ficou decidido que o juiz fique afastado.

O agora antigo titular da Lava Jato terá 15 dias para apresentar a defesa. Pessoas próximas de Appio apostam que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) derrubará a decisão.


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