Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher
Carolina Antunes/PR
Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher

ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que não tem relação alguma com o ex-ajudante de Jair Bolsonaro (PL),  o tenente-coronel Mauro Cid, preso há 16 dias Batalhão de Polícia do Exército de Brasília (BPEB) suspeito de articular um esquema de fraude em certificados de vacinação durante a pandemia da Covid-19. 

"Nenhuma [relação com Mauro Cid]. O meu contato com ele se dava por meio das minhas assessoras. Ele pagava minhas contas pessoais porque era ele que ficava com o cartão da conta-corrente do meu marido. Todo o dinheiro usado pelo coronel para pagar minhas despesas foi sacado da conta pessoal do Jair, dos rendimentos dele como presidente da República. Não tem um tostão de recursos públicos. Temos os extratos para provar isso", disse Michelle em entrevista a Veja.

Recentemente, investigações da Polícia Federal identificaram diversos depósitos em dinheiro vivo de Mauro Cid

A defesa do ex-mandatário e da ex-primeira-dama nega qualquer tipo de irregularidade e afirma que tem "absoluta convicção que todos os pagamentos referentes ao dia a dia da família eram feitos com recursos próprios". 

Durante as investigações, a PF encontrou imagens de sete comprovantes de depósitos enviados via WhatApp por Cid às assessoras de Michelle Bolsonaro.

"A análise também identificou seis comprovantes de depósitos para a primeira-dama Michelle Bolsonaro no período de 8/3/2021 até 12/05/2021, realizados por meio de depósitos fracionados em caixas eletrônicos de autoatendimento e um comprovante de depósito em espécie, possivelmente no atendimento presencial. Os comprovantes foram localizados tanto no grupo de WhatsApp da Ajudância de Ordens da Presidência da República, quanto em trocas de mensagens", diz a Polícia Federal.

De acordo com o órgão, os repasses chegam a R$ 8.600,00. A investigação aponta, ainda, que os depósitos de Cid a Michelle usavam um método comum nos casos de rachadinha feitos para dificultar a identificação de irregularidades: eram realizados de maneira fracionada e em valores pequenos.

"Esses depósitos ocorreram predominantemente de forma fracionada, ou seja, o depositante ao invés de utilizar um único envelope com a quantia desejada, fracionou o valor total em dois envelopes distintos, realizando os depósitos de forma sucessiva em curto espaço temporal (minutos)", afirma a investigação.

A ex-primeira dama foi questionada pela Veja sobre a razão de não pagar as próprias contas. Segundo ela, havia muitos compromissos e eventos, por isso ela optava em deixar os valores em uma planilha e Mauro Cid efetuava o pagamento, como manicure e cabeleireiro.

"Antes do Jair se tornar presidente, eu administrava as contas da nossa casa. Quando chegamos no Alvorada, tinha essa figura para fazer esse trabalho. Pagar as despesas do dia a dia. A gente tinha vários eventos, uma demanda muito grande de trabalho, então a gente deixava tudo na planilha. Eu passava para a minha assessora, que passava para o Cid, que tinha acesso ao cartão pessoal. Ele sacava e pagava a manicure, ou cabeleireiro, um dinheiro para o lanche das crianças", respondeu Michelle.

A esposa de Jair Bolsonaro diz ainda que nunca deu explicações à PF sobre o caso porque nunca pediram a ela.

"Nunca me pediram explicações. Uso esse cartão desde 2011. Eu era quebrada. Em 2007, casei com o Jair, fui para o Rio de Janeiro. Tenho três irmãos. A minha família é bem simples, e eu sempre cuidei dos meus irmãos. Na época, o limite do meu cartão de crédito era de 1 800 reais, porque eu não tinha como comprovar renda. Aí essa minha amiga ofereceu um cartão adicional na conta dela, que tinha um limite maior. Eu pagava minha parte na fatura. Tenho todos os comprovantes. Esses achismos destroem a reputação das pessoas", conta a ex-primeira-dama.

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