O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do Projeto de Lei das Fake News criticou, nesta terça-feira (2), a postura do Google em relação à medida que está prevista para ser votada pela Câmara dos Deputados ainda hoje.
"O que vi nesses dias é uma operação em que houve diminuição do alcance de quem tinha uma posição favorável ao projeto e a ampliação de quem era contrário. Isso me parece um uso abusivo, sobretudo ao se observar que o Google tem 96% do mercado de busca no Brasil. Ele opta por influenciar o debate político manejando suas ferramentas", disse Orlando Silva ao UOL News.
Segundo o deputado, a reação das big techs só confirma a necessidade de uma regulamentação das redes sociais para evitar a disseminação de desinformações ser implantada.
"É legítimo que o Google e qualquer outra empresa participe do debate público expondo seus pontos de vista. O que não é legítimo é usar suas ferramentas e, sobretudo, a sua posição no mercado para influenciar de modo artificial. (...) A minha impressão é de que essa ofensiva feita pelas empresas é mais uma demonstração prática do quanto é importante haver um regramento", completou Orlando Silva.
Nos últimos dias, o Google incluiu um texto supostamente contrário ao Projeto de Lei das Fake News na tela inicial do navegador. A mensagem diz: "O PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil". Ao clicar, aparece para uma página com um artigo contra o projeto de lei.
Na última segunda-feira (1), o Ministério Público Federal (MPF) notificou a empresa para que ela informe em 10 dias sobre quais são os critérios utilizados para os resultados de quem busca " PL 2630 ".
"Na hipótese de uma empresa modular seu buscador para oferecer às pessoas que procuram saber sobre dado assunto uma versão específica e que lhe aproveita, ela estaria atuando em prejuízo do direito à informação que diz promover", afirmou o procurador Yuri Corrêa da Luz.
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