A PL das Fake News não tem votos suficientes para ser aprovada. Ao menos no início dessa terça-feira (02). O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas), responsável pela articulação do Projeto , corre contra o tempo para virar votos, mas teme um vexame histórico e vem sendo algo de críticas dentro do próprio governo Lula.
Segundo apurou a coluna, até sexta-feira (28), Lira dizia a todos os membros da administração que a PL seria aprovada com folga e que não havia risco de virada. No fim de semana, no entanto, o Republicanos mudou de ideia e alguns parlamentares de outras siglas avisaram o presidente da Câmara que não apoiavam mais o teor do Projeto, após pressão das Big Techs e das redes sociais.
No cálculo de Lira, o projeto não será aprovado se for votado neste momento. Uma reunião de emergência foi marcada e o deputado está no Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para articular uma estratégia final para atrair um bloco de deputados que garanta a aprovação. O clima, porém, é de derrota.
Parlamentares do governo já defendem publicamente o adiamento da votação por considerar que é melhor adiar a sofrer uma derrota. Lira tem insistido que pode virar votos se oferecer contrapartida aos deputados, mas internamente ninguém enxerga essa possibilidade como real.
Por causa disso, o presidente da Câmara virou alvo de críticas entre ministros e deputados da situação. "Ele teve apoio irrestrito do governo porque garantiu votos em projetos sensíveis. No primeiro desafio, Lira já mostrou que não tem o controle da Câmara. Vamos precisar articular melhor a relação", afirmou um ministro.
Lula, porém, tem reiterado o apoio ao presidente da Câmara e pedido paciência para os aliados. Ele entende que é um desafio a nova divisão do Congresso e se faz necessário tempo até o governo construir a maioria. Mesmo assim, ele já disse que não abre mão da aprovação dessa PL. Como? Ninguém sabe.