Lula criticou a ONU
Reprodução/TV Brasil
Lula criticou a ONU


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quarta-feira (26) as ações tomadas pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) na guerra entre Ucrânia e Rússia . O brasileiro defendeu uma reforma no grupo responsável por cuidar da “paz mundial”.

"É assim nessa guerra, e foi assim em todas as outras guerras. Nós vivemos num mundo muito esquisito, em que os membros do Conselho de Segurança da ONU, todos eles são os maiores produtores e vendedores de armas do mundo, e os maiores participantes de guerra", reclamou.

O Conselho de Segurança da ONU nasceu em 1945 e possui cinco membros permanentes – Estados Unidos, China, França, Inglaterra e Rússia – que podem realizar vetos. O Brasil, junto com outros países, argumenta há décadas que é preciso aumentar o número de nações no bloco.

“Fico me perguntando se não cabe a nós, os outros países que não somos membros permanentes, fazer uma mudança na ONU. Por que a Espanha, o Brasil, o Japão, a Alemanha, a Índia, a Nigéria, o Egito, a África do Sul não estão? Quem é que determina, os vencedores da Segunda Guerra Mundial. Isso já faz muitos anos, a geografia do mundo mudou, a geopolítica mudou, a economia. Precisamos construir um novo mecanismo internacional que possa fazer coisas diferentes", comentou o petista.

"Quando os EUA invadiram o Iraque, não houve discussão no Conselho de Segurança. Quando França e Inglaterra invadiram a Líbia, não houve. E agora, a Rússia que é membro fixo do Conselho, também não discutiu. Se os membros que têm responsabilidade de dirigir a paz mundial não pedem licença, por que os outros têm que obedecer? Está na hora de criar um G-20 da Paz, que deveria ser a ONU", acrescentou.

Lula pede paz

Lula também pediu a ONU que faça reuniões extraordinárias para que o tema seja debatido e reafirmou que o posicionamento do Brasil é em defesa da paz.

"Todos nós somos contra a guerra, mas a guerra já começou. E acho que a condução da discussão sobre a guerra está errada. A ONU que me perdoe, já poderia ter convocado algumas sessões extraordinárias com todos os países-membros para discutir a guerra. Por que não fez?", concluiu.

“Eu espero que a gente possa concluir essa paz, porque não interessa a guerra nem a Ucrânia, não deveria interessar a Rússia, não interessa a Europa e não interessa o Brasil. Quando eu me recusei a vender mísseis para a Alemanha, era porque eram para a Ucrânia, e eu disse ao meu amigo Schulz: ‘eu não vou vender’”, acrescentou.

A fala ocorreu após Lula se encontrar com o presidente da Espanha, Pedro Sánchez. Os dois governantes conversaram sobre diversos temas sobre relações bilaterais e assinaram três acordos nesta manhã.


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