Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais
Reprodução / CNN Brasil - 30.03.2023
Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais


O ministro da Secretaria de Relações Institucionais , Alexandre Padilha (PT-SP), disse nesta sexta-feira (21) que o governo Lula (PT) vai dar prioridade para a investigação dos atos golpistas na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), caso ela seja instaurada.

Segundo Padilha, a base aliada convocará pessoas e empresas que incentivaram e financiaram os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro. O posicionamento do ministro ocorreu depois da sua participação em um evento religioso no Distrito Federal.

"Tenho ouvido de líderes, tanto no Senado quanto na Câmara, uma vontade muito grande de trazer para CPI aqueles que são acusados de terem financiado os atos terroristas. Quem pagou, quem financiou esse ataque à democracia precisa ser investigado. A CPMI vai ser um espaço, onde serão convocados e identificados, para a população, quem financiou os atos", explicou o petista.

"A CPMI vai atrás de todos os responsáveis, seja quem tem responsabilidade financeira, de ter pago, financiado, como a Polícia Federal já vem identificando empresários que financiaram, quanto aqueles que planejaram, aqueles que mobilizaram", acrescentou.

Padilha disse que o governo enxerga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) como o “grande responsável” pelas manifestações golpistas. Por isso a ideia dos governistas é escutar quem participou ativamente dos atos.

"Vamos mirar todos aqueles responsáveis pelos atos terroristas. Sempre digo que o ex-presidente é o responsável moral, espiritual, organizativo, pelos atos do dia 8, porque durante quatro anos, semeou o ódio, contra a Suprema Corte, o sistema eleitoral. Ficou quatro anos estimulando atitudes golpistas", comentou.

O ministro confirmou que a base governista indicará parlamentares “experientes” para participarem da CPMI. Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Humberto Costa (PT-PE) e o deputado federal André Janones (Avante-MG) devem participar do colegiado.

O principal objetivo do grupo é impedir que os bolsonaristas consigam criar uma narrativa desfavorável ao governo. O Planalto tem chamado o comportamento dos opositores de “terraplanista” ao tentar dizer que “as vítimas dos atos” são “os responsáveis”.

CPMI

Após o 8 de janeiro, a situação cogitou abrir uma CPMI, mas o governo Lula pediu para que o caso ficasse nas mãos da Justiça. Por causa disso, bolsonaristas iniciaram uma campanha para que a comissão fosse instaurada no Congresso Nacional.

Após a demissão do general Gonçalves Dias do cargo de ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), integrantes do governo mudaram de opinião e passaram a defender a CPMI.

O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vai ler o requerimento de instalação da comissão na próxima quarta (26). Caso o documento tenha 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores, a CPMI será aberta.


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