O ex-ministro do GSI ( Gabinete de Segurança Institucional ), Gonçalves Dias , afirmou nesta quarta-feira (19) que foi ao Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro para retirar os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) que invadiram e estavam depredando o prédio. A declaração foi dada à TV Globo minutos depois da oficialização da demissão do general.
"Eu cheguei ao palácio quando os manifestantes tinham rompido o bloqueio militar na altura do Ministério da Justiça. A maior parte subiu pela rampa. Como o palácio tem vidro, as pessoas quebraram os vidros. Não entraram pelas portas. É um vidro extremamente vulnerável", explicou.
Gonçalves Dias comentou que entrou no Palácio do Planalto depois que os golpistas invadiram o local e que seu objetivo era apenas dar um ponto final no ato terrorista. “Estava retirando as pessoas do 3º e 4º piso, para que houvesse a prisão no 2º", acrescentou.
Mais cedo, a CNN Brasil exibiu com exclusividade imagens das câmeras de segurança do Planalto em que o general Gonçalves Dias é visto no local no dia dos ataques aos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro.
Após a repercussão da gravação, o GSI divulgou uma nota informando que o vídeo mostra o momento em que agentes tentavam evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, com o intuito de concentrar os golpistas no segundo andar, o que foi confirmado pelo general.
"Colar na realidade a minha imagem, aquela situação momentânea que estava ali, colar minha imagem, aquele major distribuindo águas a manifestantes. Fizeram um corte específico na produção, na produção dos vídeos que vocês olharam", disse Dias, reafirmando que o vídeo foi retirado do contexto.
Com a repercussão negativa, Gonçalves Dias pediu demissão e não é mais chefe da GSI. Ele ainda apresentou um atestado médico para não participar de uma sabatina que ocorreria nesta quarta na Câmara dos Deputados.
Quem é o general Gonçalves Dias?
Mais conhecido como GDias, o general atuou no comando da segurança pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre 2003 e 2009. À época, ele ficou conhecido como "sombra" do mandatário, já que estava ao lado dele todas as vezes que o petista precisava se deslocar, desde compromissos oficiais a atividades de lazer, como pescaria.
Após os dois primeiros mandatos de Lula à frente do Planalto, Dias foi chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), período em que foi promovido ao posto de general.
Nas campanhas de Lula em busca do terceiro mandato, Dias voltou a dar apoio à equipe de segurança do presidente.
A empresa de segurança do general foi contratada para auxiliar na montagem dos eventos que Lula participou ao redor do país.
No período de transição de governos, GDias foi indicado para integrar a equipe do grupo temático na área de inteligência estratégica.
Além disso, por ser militar, o general também foi um dos conselheiros e interlocutores do mandatário junto às Forças Armadas.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.