Ministra Rosa Weber, presidente do STF, durante sessão plenária da Corte
Nelson Jr./SCO/STF - 14.12.22
Ministra Rosa Weber, presidente do STF, durante sessão plenária da Corte


A ministra Rosa Weber , que preside o STF (Supremo Tribunal Federal), comunicou nesta terça-feira (18) que o prédio da Corte será reconstruído integralmente. A revelação foi feita por meio de uma nota a imprensa após 100 dias do ato terrorista de 8 de janeiro, que ocasionou na invasão das sedes dos Três Poderes.

O Supremo terminou hoje as obras de reconstrução do segundo pavimento do principal prédio que foi vandalizado e danificado em janeiro. O espaço é ocupado pelo Salão Nobre da Corte. “Destaco integralmente reconstituído o prédio histórico do Supremo Tribunal Federal”, pontuou Weber.

A presidente do STF relatou que a Corte enfrentou um momento difícil por causa dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), mas que houve grande esforço do judiciário para superar o episódio, conseguindo proteger a Constituição.

“Registro a convicção de que incumbe ao Judiciário preservar a memória institucional, para que aquele terrível episódio, conquanto vencido, não seja esquecido – como condição para que não se repita”, completou a ministra.

Confira a nota na íntegra abaixo:

“Neste 18 de abril de 2023, completam-se exatos cem dias do 8 de janeiro – o Dia da Infâmia -, em que milhares de criminosos, movidos por ódio e irracionalidade, atacaram com extremada violência as instalações dos Três Poderes da República.

Naquela triste tarde da nossa história, o prédio-sede desta Casa foi brutalmente invadido e depredado, na tentativa - absolutamente frustrada - de aniquilação da mais alta Corte brasileira, como se a destruição - sem precedentes - da coisa pública pudesse igualmente arruinar os valores constitucionais que o Supremo Tribunal Federal protege e representa.

Não houve um momento sequer, desde o atentado, em que esta Suprema Corte tenha deixado de cumprir a sua missão precípua de guardar a Constituição, demonstrando que esta imprescindível instituição republicana se mantém livre e independente, e que a nossa democracia permanece inabalada e inabalável.

No discurso que proferi, por ocasião da abertura do ano judiciário de 2023, externei algumas certezas. Do ponto de vista material, todos os danos físicos haveriam de encontrar reparo; pela perspectiva simbólica, os ignóbeis atos praticados contra esta Corte não seriam capazes de macular a dignidade da justiça e seu valor imaterial, e nem teriam aptidão para fazê-lo; sob o aspecto institucional, a organização sócio-política da República permaneceria incólume e ainda sairia da crise fortalecida, com o apoio maciço do povo brasileiro que, repudiando a conduta de uma minoria extremada, desde o primeiro momento demonstrara o seu apreço pela democracia; e, por fim, a respeito da responsabilização dos criminosos, todos os envolvidos em tais ofensas seriam identificados e, respeitado o devido processo legal, punidos de acordo com a lei.

Hoje, com o término das obras de reconstrução e restauro do 2º pavimento, que abriga o Salão Nobre desta Corte - já reinaugurados o andar térreo, no qual localizados o Plenário, o Salão Branco e o Hall dos Bustos, assim como o Gabinete da Presidência, no 3º piso -, destaco integralmente reconstituído o prédio histórico do Supremo Tribunal Federal.

Nesta data, ainda, o início do julgamento das 100 primeiras denúncias oferecidas pelo Procurador-Geral da República, contra os investigados pelos ataques aos Três Poderes da República.

Por ocasião dos cem dias passados desde o oito de janeiro, registro a convicção de que incumbe ao Judiciário preservar a memória institucional, para que aquele terrível episódio, conquanto vencido, não seja esquecido – como condição para que não se repita.

Ministra Rosa Weber

Presidente do Supremo Tribunal Federal”


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