Luís Roberto Barroso, ministro do STF
Carlos Alves Moura/ STF
Luís Roberto Barroso, ministro do STF

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), elogiou nesta terça-feira (18) a relação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a Suprema Corte. Em entrevista, o ministro afirmou que não será insultado caso vote contra os interesses do petista.

Barroso ainda classificou como ‘grosseria’ a relação que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha com os ministros do STF e comparou com governos análogos à ditadura, como na Venezuela, Turquia e Hungria. Porém, o ministro admitiu que haverá ‘tensões’ entre o Executivo e o Judiciário com qualquer presidente.

“O que mudou é que a próxima vez que eu votar contra o interesse do presidente não vou ser insultado. Já é um avanço. Nem na Hungria do Orbán, nem da Turquia do Erdogan, nem na Venezuela do Chávez aconteceu nada parecido em termos de grosseria como o que aconteceu no Brasil”, afirmou, em entrevista ao UOL

Luís Roberto Barroso ainda comentou sobre a possibilidade de Cristiano Zanin assumir a cadeira que era de Ricardo Lewandowski no Supremo. Para o ministro, a indicação do advogado pessoal de Lula não gera um conflito ético e moral.

“Não vejo nenhum conflito ético, nem moral, nem violação da impessoalidade. É um advogado que desempenhou o trabalho quando tudo parecia perdido, quando tudo estava ladeira acima. Ele tem virtudes profissionais. Eu acho que não haveria nenhuma implicação ética”, opinou.

Barroso, porém, condicionou a indicação ao currículo do jurista. Na visão dele, é necessário ter qualificação técnica e reputação ilibada para assumir uma cadeira do STF.

“Não é despropositada a escolha de alguém que você tenha algum tipo de relação pessoal de afinidade, desde que essa pessoa preencha requisitos mínimos de qualificação técnica e idoneidade”, concluiu o ministro.

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