Jair Bolsonaro
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, em depoimento, no dia 5 de abril, que conversou pessoalmente com o ex-chefe da Receita Federal Júlio César Vieira Gomes para tratar das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita . O conteúdo foi revelado pela TV Globo nesta sexta-feira (14).

Os itens valiosos foram confiscados pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em outubro de 2021. Os produtos avaliados em R$ 16,5 milhões estavam com a comitiva presidencial, que tentaram entrar no país com as joias sem declarar.

"O declarante [Bolsonaro] solicitou ao ajudante de ordens, coronel Cid, que obtivesse informações a cerca de tais fatos; que o ajudante de ordens oficiou a Receita Federal para obter informações; que neste interim o declarante estabeleceu contato com o então chefe da Receita Federal, Júlio, cujo sobrenome não se recorda, e salvo engano, determinou que estabelecesse contato direto com o ajudante de ordem; que as conversas foram pessoalmente, pelo o que se recorda", diz um dos trechos do depoimento do ex-presidente dado para a Polícia Federal de São Paulo.

O capitão da reserva ainda contou que foi informado da existência das joias entre novembro e dezembro do ano passado. Ele contou aos policiais federais que não se recorda quem foi o responsável por avisar sobre os itens valiosos, no entanto, acredita que tenha sido alguém envolvido com o Ministério de Minas e Energia.

As joias foram entregues para a comitiva do então ministro Bento Albuquerque e tinham como destino para Jair Bolsonaro. Porém, os produtos não podiam ser incluídos no acervo pessoal do ex-presidente e sim do governo federal, porque não houve declaração para a Receita e nem pagamento de impostos. O ex-mandatário garante que nunca falou do tema com o ex-ministro.

Ele ainda relatou que jamais “decidia ou era consultado, ou mesmo opinou, quanto à classificação, entre o acervo público ou privado de interesse público".

Entenda o caso das joias sauditas

Em outubro de 2021, o governo Bolsonaro tentou entrar no Brasil de maneira irregular com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões. Os itens eram presentes do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Os produtos foram vistos na mala de um assessor do Ministério de Minas e Energia e não tinha nenhuma declaração feita para a Receita como item pessoal, o que determinaria o pagamento de impostos. Por conta disso, as joias foram confiscadas.

Bolsonaro, Michelle, ministros e ex-funcionários do antigo governo são investigados pela Polícia Federal.


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