O então presidente Jair Bolsonaro encontrou o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que teria enviado as joias à Michelle
Alan Santos/ Presidência da República
O então presidente Jair Bolsonaro encontrou o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que teria enviado as joias à Michelle

ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse na última quinta-feira (23) que devolverá o fuzil e a pistola recebidos como presente de autoridades dos Emirados Árabes Unidos em 2019 “com dor no coração”. A devolução foi determinada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no dia 15 de março.

“Confesso [que], com dor no coração, vou entregar as armas ”, disse Jair Bolsonaro em entrevista à emissora Record TV na quinta-feira (23). “Está o meu nome lá, eu pagaria o que tenho no meu bolso aqui por aquelas duas armas, mas não vamos criar qualquer polêmica.”

Além das armas, o TCU pede ainda que o ex-presidente entregue as joias que também recebeu da Arábia Saudita para a Secretaria Geral da Presidência da República. 

Ainda, outro kit de joias que seriam destinados a Michelle Bolsonaro, avaliados no valor de R$ 16,5 milhões e apreendidos pela Receita Federal , também será encaminhado para a Presidência.

Segundo Bolsonaro, a ex-primeira dama não sabia da existência dessas joias até o caso ser noticiado pela imprensa.

“O nosso ministro [Bento Albuquerque, de Minas e Energia] recebeu duas caixas de presente. Uma ficou retida lá na alfândega, a outra foi para presente. Eu só tomei conhecimento disso 1 ano depois, e a minha esposa tomou conhecimento pela imprensa. Minha esposa não tem nada a ver com isso. A caixa que seria para ela tava na Receita”, afirmou Bolsonaro.

Entenda o caso

Segundo uma reportagem de "O Estado de S. Paulo", um pacote de joias, avaliado em R$ 16 milhões da marca Chopard , foram entregues pelo governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro, que visitou o país árabe em outubro de 2021. Entre os presentes, estavam um anel, colar, relógio e brincos de diamantes.

Entretanto, ao chegar ao país, as peças foram aprendidas na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na mochila de um assessor de Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia. Ele ainda tentou usar o cargo para liberar os diamantes, entretanto, não conseguiu reavê-los, já que no Brasil a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado.

Diante do fato, o governo Bolsonaro teria tentado quatro vezes recuperar as joias, por meio dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores. O então presidente chegou a enviar ofício à Receita Federal, solicitando que as joias fossem destinadas à Presidência da República.

Na última tentativa, três dias antes de deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar até Guarulhos. Ele teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.

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