O ex-ministro da Justiça
e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres
, falou que “jamais questionou o resultado de eleição”. Em declaração dada durante a audiência de custódia, o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL) afirmou ao Supremo Tribunal Federal
que não participa da “guerra ideológica” que há no Brasil.
"O Ministério de Justiça e Segurança Pública foi o primeiro ministério a entregar os relatórios da transição. Eu jamais questionei resultado de eleição, não tem uma manifestação minha nesse sentido, eu fui o primeiro ministro a entregar os relatórios", comentou.
A prisão de Torres foi por sua atuação como secretário de segurança do Distrito Federal por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes. Ele é suspeito de omissão no ato de terrorismo causado por apoiadores de Bolsonaro contra as sedes dos três poderes, em Brasília, em 8 de janeiro deste ano.
A Polícia Federal realizou o cumprimento a mandados de busca e apreensão na casa do ex-ministro e encontrou uma minuta com conteúdo golpista. A intenção do documento era instaurar estado de defesa no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para mudar o resultado das eleições de 2022.
Torres lamentou prisão
O ex-secretário de Segurança Pública do DF soube que seria preso quando ainda estava nos Estados Unidos, passando férias com a família. Ele negou ter qualquer envolvimento com o ato de terrorismo em Brasília.
"Isso foi [pedido de prisão] um tiro de canhão no meu peito, no segundo dia de férias, acontece esse crime horrendo em Brasília e esse atentado contra o país e eu fui responsabilizado por isso. Eu jamais daria condições de isso ocorrer, eu sou profissional, sou técnico e jamais faria isso”, desabafou.
Antes de viajar para Orlando, Torres assinou um plano estratégico para que fosse feita a segurança na Esplanada. Porém, as instruções não funcionaram e os bolsonaristas invadiram os prédios dos três poderes.
“Do jeito que saí, o que deixei assinado, eu deixei tranquilo, porque nem se caísse uma bomba em Brasília teria ocorrido o que ocorreu", comentou Anderson.
Torres negou participar de guerra ideológica
Ele negou participar de uma guerra ideológica e destacou que visitou ministros do Supremo inúmeras vezes.
"Fora daqui, se a gente tiver oportunidade... vários ministros do Supremo Tribunal Federal são testemunhas de que eu fui na casa de vários deles para buscar o equilíbrio. Eu não estou mentindo, eu não sou maluco”, pontuou.
"Até 15 dias atrás, eu era ministro da Justiça, hoje estou preso. Foi um suplício chegar no Brasil sem problemas, escondido, escondendo a cabeça, foi um negócio horroroso, que nem em pesadelo", completou.
"Essa guerra que se criou no país, essa confusão entre os Poderes, essa guerra ideológica, eu não pertenço a isso, eu sou um cidadão equilibrado e essa conta eu não devo”, concluiu.
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