A primeira-dama, Janja
da Silva,
mandou uma carta para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves
. O texto, lido nesta terça-feira (3) durante cerimônia de posse da nova chefe da pasta, defendeu a virada “de jogo contra o machismo e misoginia”.
“O seu trabalho, Cida, será como de uma capitã, nos guiando para virarmos o jogo contra o machismo e a misoginia", diz trecho da carta. O Ministério das Mulheres foi criada por Lula após o desmembramento do antigo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, chefiado por Damares Alves.
“As mulheres são a maioria da população brasileira e do eleitorado, no entanto, ainda estão sub-representadas nos espaços de poder. A Câmara, apesar do maior número de deputadas eleitas neste pleito, tem somente 17,7% de mulheres. No Senado, as mulheres também são cerca de 17%. A violência política de gênero interdita o avanço das mulheres na ocupação desses espaços, e a desigualdade não se limita aos cargos eletivos. Entre os servidores públicos ativos, as mulheres são cerca de 40%, mas, nos cargos de direção e chefia (DAS 5 e 6), não chegam a 26%”, comentou Cida.
A cerimônia aconteceu no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília. A primeira-dama não participou do evento, porque viajou a Santos para acompanhar o funeral do rei Pelé.
Cida Gonçalves criticou Damares
A nova ministra fez duras críticas a Damares Alves, que participou do governo Bolsonaro. “Neste projeto de destruição [do governo anterior], a mulher, como sujeito de direitos, só foi vista e pensada dentro de uma construção determinada de família, patriarcal, como se houvesse apenas um tipo de mulher e um tipo de família a ser atendida pelas políticas públicas”, disse.
“Tal projeto, iniciado no terreno do simbólico, desmontou as políticas públicas, praticamente extinguiu orçamentos, atuou na desestruturação institucional, liquidou com direitos e, por fim, retirou até a vida de milhares de brasileiras”, acrescentou.
Por fim, a ministra prometeu defender as mulheres. “Antes de mais nada é importante pontuar: este será o Ministério de todas as mulheres. As que votaram e as que não votaram conosco. E das diversas mulheres que compõem a nossa sociedade. Negras, brancas, indígenas, LGBTQIA+, as do campo, da cidade e das águas. Será um Ministério de todas, e com um norte muito definido. Faremos a defesa radical da garantia dos direitos das mulheres”, concluiu.
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