Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados
Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados

Arthur Lira (PP) está furioso com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e tem feito de questão de externar sua insatisfação. Ele procurou lideranças do Partido Liberal para criticar a suspensão do orçamento secreto, ação feita pelo chefe do executivo federal. Ele chegou a dizer que, caso o problema não seja solucionado, trabalhará para que ocorra o rompimento da sua sigla com a legenda comandada por Valdemar Costa Neto .

No fim da noite de quarta-feira (30),  surgiu a informação que Bolsonaro tinha assinado a suspensão do orçamento secreto. A decisão do mandatário ocorreu um dia após o PT comunicar que apoiará a reeleição do atual presidente da Câmara e Lira ser xingado de traidor por bolsonaristas na chegada do jantar promovido pelo PL.

Lira tentou ligar para o Palácio da Alvorada, mas não obteve sucesso. Procurou Valdemar Costa Neto, mas também não recebeu nenhuma resposta satisfatória. Ele conversou com deputados e senadores influentes do partido e deixou claro que, se o orçamento não for liberado, se tornará rival do presidente.

Ciro Nogueira (PP) tem trabalhado nos bastidores para convencer Bolsonaro a liberar a verba. O ministro da Casa Civil é aliado e da mesma agremiação que Lira. Na visão dele, não é inteligente o chefe do executivo federal entrar em rota de colisão com o presidente da Câmara faltando um mês para deixar o governo.

“Boa parte da bancada do PP é contra o comportamento do presidente. Vamos dar apoio para o Lira, porque o combinado não sai caro”, afirmou um dos colegas do comandante da Câmara.

Lira e o PT

A irritação de Bolsonaro surgiu com a aliança de Lira com o PT. No jantar do PL,  pessoas que estavam presentes revelaram que ele estava evitando o presidente da Câmara. Porém, não passou pela cabeça de ninguém que o mandatário iria radicalizar.

Lira busca ser reeleito e não colocou nenhuma condição para ter o apoio dos petistas. No entanto, também deixou claro que não seguirá a cartilha do governo Lula. Só que isso não foi visto como suficiente por parte dos bolsonaristas.

Bolsonaro queria seu aliado como opositor e dificultando as pautas de Lula. Só que Lira não quer seguir esse caminho. Desta forma, a probabilidade que PP e PL sigam caminhos distintos a partir de 2023.

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