O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles
afirmou que era “esperada e óbvia” reação negativa do mercado financeiro
nesta quinta-feira (10) em relação às declarações do presidente eleito Luiz Inácio Lula
da Silva (PT). O petista indagou a necessidade do teto de gastos e falou que projetos sociais podem ficar fora da âncora fiscal de maneira permanente.
“Há um aumento das incertezas, e por isso ocorre essa reação esperada e até óbvia do mercado”, comentou Meirelles para a CNN Brasil. O ex-ministro apoiou Lula no primeiro turno e destacou que os dois primeiros governos dele foram positivos para o Brasil.
Meirelles é cotado para ser Ministro da Economia do futuro governo. Seu nome é tratado como favorito, mas uma ala do PT não tem gostado da ideia. O economista é visto com maus olhos por alguns petistas por conta da ligação dele com a gestão de Michel Temer (MDB).
Na semana passada, o ex-ministro foi questionado inúmeras vezes se foi convidado para ocupar o cargo. Ele deixou claro que recebeu conselhos para ficar preparado para um eventual convite, mas que não ocorreu nenhuma conversa com o futuro governo Lula.
Geraldo Alckmin defendeu Lula
Além de Meirelles, outro nome que falou sobre a reação do mercado foi o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). O coordenador da transição disse que a futura gestão petista terá responsabilidade fiscal mesmo fazendo a ampliação de gastos com questões sociais. O posicionamento ocorreu após o presidente eleito ter discursado para deputados e senadores aliados e o mercado financeiro ter reagido mal.
“Se alguém teve responsabilidade fiscal, foi Lula. Isso não é incompatível com a questão social. O que precisa é a economia crescer. E é importante ter investimento público e privado, recuperar planejamento no Brasil e [ter] bons projetos”, comentou o ex-governador de São Paulo.
Segundo Alckmin, as oscilações negativas do mercado financeiro nesta manhã ocorreram por questões externas e não por conta da declaração de Lula. O presidente eleito declarou que há uma incompatibilidade entre assistência social e a responsabilidade fiscal.
“Por que as mesmas pessoas que discutem com seriedade o teto de gasto não discutem a questão social do país? Por que o povo pobre não está na planilha da discussão da macroeconomia?”, relatou.
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