Os governadores dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Maranhão e Bahia determinaram que a Polícia Militar (PM) atue para liberar as rodovias bloqueadas por manifestantes bolsonaristas que não aceitam o resultado do segundo turno das eleições. No domingo (30), o presidente eleito Lula (PT) derrotou o presidente em exercício Jair Bolsonaro por uma diferença de quase dois milhões de votos.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reiterou nesta terça-feira (1º) que as polícias militares dos estados estão autorizadas a desobstruir rodovias federais bloqueadas e identificar, multar e prender os responsáveis. Normalmente, esse trabalho caberia a Polícia Rodoviária Federal (PRF), mas o STF declarou que a PM tem "plenas atribuições constitucionais e legais para atuar" na questão.
Segundo balanço, há mais de 440 pontos bloqueados, somando rodovias federais e estaduais, em 24 estados e no Distrito Federal. Em alguns locais, a PM chegou a usar bomba de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes, como ocorreu em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre. No Rio Grande do Norte, houve uso de spray de pimenta.
Veja abaixo os governos estaduais que se manifestaram sobre os bloqueios:
São Paulo
O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), escreveu no Twitter que o "bloqueio de estradas é inadmissível" e que "as pessoas têm o direito de ir e viver". No mesmo tweet, ele escreveu informou também que a PM está agindo desde segunda para liberar as estradas.
Rio de Janeiro
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que ordenou o Batalhão de Choque da Polícia Militar a desobstruir as estradas, em apoio à Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ele, que é do mesmo partido de Jair Bolsonaro, disse que "é preciso respeitar o resultado das urnas".
Minas Gerais
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que pediu às forças de segurança que desobstruam "qualquer via ou estrada que esteja interditada por manifestações". Ele declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno das eleições, mas desejou sorte à Lula no novo mandato. Disse, ainda, que "a eleição já acabou e, agora, nós temos que assegurar o direito de todos de ir e vir e também que as mercadorias cheguem onde precisa para não haver desabastecimento".
Paraná
O governo do Paraná afirmou, em nota, que a Polícia Militar do Paraná (PMPR) já está cumprindo a decisão do STF de desbloquear as rodovias federais, estaduais e trechos urbanos e reforçou o compromisso com a democracia.
"O direito de livre circulação no território nacional é uma garantia do povo brasileiro. É momento de pacificar o Brasil. As eleições de 2022 ocorreram de maneira democrática e a decisão soberana das urnas precisa ser respeitada", escreveu.
Rio Grande do Sul
O governo do Rio Grande do Sul informou que montou um gabinete de crise para monitorar os bloqueios e este definiu o uso de mil policiais dos Batalhões de Choque para a desobstrução das rodovias federais. O trabalho seguirá depois nas rodovias estaduais. A previsão é que todas as estradas estejam com o tráfego liberado até as 18h.
Pernambuco
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS/PE) afirmou, em nota, que está atuando desde segunda com a ajuda da PRF e que "as operativas vinculadas à SDS, a exemplo da Polícia Federal, estão empregadas nos trabalhos". O órgão informou que não há registro, até o momento, de interdições em rodovias estaduais.
Maranhão
O governo do Maranhão afirmou que acionou a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP/MA) e que fará uso da PM para atuar em todas as rodovias federais no estado que estão bloqueadas.
Bahia
O governo da Bahia afirmou, em nota, que determinou a atuação das Polícias Militar, Civil, Técnica e Corpo de Bombeiros para desbloquear rodovias do estado. O secretário de Segurança Pública do estado, Ricardo Mandarino, ressaltou que o resultado das eleições será respeitado.
"Não vamos permitir que alimentos, pessoas com enfermidades e trabalhadores sejam impedidos de se deslocar. O resultado democrático das urnas será respeitado. Aqui, na Bahia, o mais importante é o respeito à democracia", disse.
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