Carla Zambelli com uma arma na mão
Reprodução/Twitter
Carla Zambelli com uma arma na mão

A Comissão de Igualdade Étnico-Racial da ABI - Associação Brasileira de Impresa se manifestou, neste domingo, em repúdio ao caso da deputada federal reeleita  Carla Zambelli (PL-SP). Em nota, a instituição acusa a parlamentar de racismo após circularem vídeos em que ela ameaça e persegue, com uma arma apontada, o jornalista Luan Araújo, em um bairro nobre de São Paulo.

"O enfrentamento ao genocídio da população negra praticada pelo braço armado do Estado é a prioridade máxima do trabalho que desenvolvemos na Comissão de Igualdade Étnico-Racial da ABI. Os crimes da deputada Carla Zambelli não podem ficar impunes, eles vão desde racismo – 'usaram um homem negro pra vir pra cima de mim' -, passando pelo porte ilegal de arma, 24 horas antes da eleição, formação de quadrilha, entre outras violências", diz o texto sobre o caso que aconteceu na tarde deste sábado.

"Não é difícil constatar que se fosse um homem preto apontando uma arma para uma pessoa branca, a essa hora, o homem preto estaria morto. O que a deputada Carla Zambelli fez não é uma simples coincidência", afirmou a Comissão, que ainda relembrou casos de pessoas negras que foram mortas em casos envolvendo as Polícias Civil e Federal, além de oficiais do Exército e da Marinha.

Relembre o caso

Neste sábado, 29, Zambelli se envolveu em confusão em um bairro nobre de São Paulo. Em vídeo que circula nas redes sociais, a apoiadora do presidente Jair Bolsonaro aparece segurando uma arma e apontando para um homem.

A parlamentar bolsonarista postou um vídeo em seu perfil no Instagram para relatar o que aconteceu. Segundo a deputada, ela foi agredida e por isso correu atrás dele com uma arma. "Fui agredida agora pouco. Me empurraram no chão, um homem negro. Eles usaram um negro para vir em cima de mim, eram vários", contou.

No entanto, vídeo publicado pelo jornalista Guilherme Amado, no portal Metrópoles, é possível ver que o homem não a agride. Há um bate-boca generalizado e, no momento que um rapaz negro está indo embora, a deputada tropeça e começa a persegui-lo com seus seguranças. Um deles foi preso, na madrugada deste domingo, por atirar durante o conflito.

Luan prestou depoimento à Polícia Civil, acompanhado de advogados do grupo Prerrogativas, que defende direitos civis, além da sua defensora Sheila de Carvalho, na noite de sábado, 29. O advogado Augusto de Arruda Botelho confirmou, em suas redes sociais, a prisão do segurança, por volta de 1h.

Foi prestada queixa contra Carla Zambelli pelos crimes de racismo, ameaça e agressão, afirmou Sheila. "O racismo é porque ela tentou se justificar do ato ilegal praticado falando que ela se sentiu ameaçada por ele ser um homem negro", apontou.

Luan estava saindo de um chá de bebê e indo para uma outra comemoração, quando aconteceu a confusão. "Foi um negócio muito assustador pra mim, eu 'to' assustado até agora porque eu percebo que pode acontecer qualquer coisa comigo a qualquer momento. Então eu só quero proteção", disse o jornalista, na porta da delegacia, após prestar depoimento.

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