O ex-presidente dos Estados Unidos
Donald Trump
será intimidado para prestar depoimento sobre o ataque ao Capitólio
, no dia 6 de janeiro de 2021. A decisão partiu da comissão da Câmara que investiga o atentado contra o Congresso. Essa é tratada como uma das principais decisões dos parlamentares.
Especialistas que acompanham o caso acreditam que dificilmente Trump aceitará prestar depoimento sob juramento. Se isso ocorrer, o ex-presidente poderia ser acusado de desacato ao Congresso, tendo que passar por uma votação na Câmara. Se aprovado, o documento seria entregue para o Departamento de Justiça, tendo que decidir se abre ou não um processo criminal.
Antes de aprovar a convocação, deputados afirmaram que Trump foi “a causa central” do ataque que acarretou em sete mortes. Quase mil apoiadores do republicano foram processados..
“Nada poderia ter acontecido sem ele. Ele estava pessoalmente e substancialmente envolvido em tudo isso — afirmou a deputada republicana Liz Cheney. “As vastas evidências apresentadas até agora mostraram que a causa central do [ataque de] seis de janeiro foi um homem, Donald Trump, seguido por muitos outros posteriormente”.
A comissão analisou milhares de documentos, relatórios e escutou dezenas de testemunhas. Todas essas informações foram reunidas e identificaram que Trump sabia que não havia sinais de fraude nas eleições de 2020, que terminou na vitória de Joe Biden.
“Pouco tempo depois da eleição, a equipe de Trump reconheceu que eles perderam, e informaram isso a Trump. Mesmo antes das emissoras projetarem sua vitória, suas chances de vencer a disputa eram quase inexistentes, e ele sabia disso”, disse o republicano Adam Kinzinger.
Mesmo não tendo provas sobre uma suposta fraude nas eleições, o ex-presidente continuou não fazendo a transição de poder e demonstrava nenhuma intenção de sair do poder.
“As provas mostram que seu discurso falso de vitória foi planejado de forma antecipada, mesmo antes da contagem dos votos”, explicou a deputada democrata Zoe Lofgren, relembrando o discurso de Trump no dia 4 de novembro, quando se declarou vitorioso, mesmo ocorrendo a contagem de votos.
Trump planejou ataque
Funcionários do governo, como o conselheiro legal de Mike Pence, Greg Jacob, confirmaram que Trump planejava tumultuar as eleições dos Estados Unidos. O ex-presidente foi incentivado por aliados a inflamar seus apoiadores para que acreditassem na falsa teoria de que tinha sido prejudicado por uma fraude.
Durante todo o processo eleitoral, o ex-presidente trabalhou para tumultuar, segundo a comissão. No dia da invasão, foi aconselhado a se posicionar, mas resistiu durante um bom tempo. “O presidente sabia que a multidão estava com raiva, porque ele incitou essa raiva, ele sabia que eles achavam que as eleições foram roubadas porque ele lhes disse que as eleições foram roubadas”, afirmou Schiff.
Com todas as informações, o Congresso americano quer explicações de Trump.
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