O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste domingo (9), que a propaganda de sua campanha eleitoral que associava o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao canibalismo "não é fake news ".
“A Justiça pediu para tirar uma coisa nossa que não é fake news”, disse Lula. “Esse que é o problema. Nós não colocamos uma invenção, o que nós colocamos foi uma entrevista do presidente, ele falando pro jornalista do New York Times. Aquilo não é uma mentira, não é invenção. É ele falando. Ele pensa assim de verdade, ele se puder come índio”, afirmou o ex-presidente durante campanha em Belo Horizonte (MG).
A fala de Bolsonaro dizendo que "comeria índio sem problema nenhum" e veiculada a campanha de Lula foi suspensa pelo Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) no último sábado (8).
A decisão foi tomada pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do TSE, que destacou: "Verifica-se que, como alegado, a propaganda eleitoral impugnada apresenta recorte de determinado trecho de uma entrevista concedida pelo candidato representante, capaz de configurar grave descontextualização".
O ministro determinou que a propaganda não seja mais veiculada na TV, site e redes sociais.
A fala de Bolsonaro relacionada ao canibalismo ocorreu em 2016, durante uma entrevista do presidente ao jornal americano New York Times. A íntegra deste vídeo está disponível no próprio canal do presidente no YouTube.
No contexto, ele narra um suposto episódio em que um indígena morreu e foi “cozinhado” por outros membros da tribo. “Morreu um índio, e eles estão cozinhando. Eles cozinham o índio. É a cultura deles”, afirmou.
Neste domingo, o chefe do Executivo comentou, durante entrevista ao podcast Pilhado, sobre o episódio e disse "sofrer muito" por ser espontâneo.
“A esquerda faz muito bem esse trabalho. Agora estão falando duas coisas: a primeira que sou canibal. Pô, é foda, né, tu aguentar um trem desse. A segunda é que o Collor vai ser ministro e nós vamos confiscar a aposentadoria dos aposentados. E jogam, é o tempo todo assim”, disse Bolsonaro.
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