O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou escolher um ministro para comandar a Economia antes de ser eleito e alfinetou as cobranças feitas a ele para agilizar a decisão. Em publicação nas redes sociais nesta quinta-feira (6), o petista afirmou que precisa ganhar a eleição antes de escolher seus pares.
A campanha de Lula tem sido cobrada, principalmente pelo mercado financeiro, a escolher um nome forte para comandar a economia do país. Segundo analistas, a medida poderia beneficiar o ex-presidente na disputa com Jair Bolsonaro (PL).
Lula ainda agradeceu o apoio de economistas que fizeram parte do Plano Real. Pedro Malan, Edmar Bacha e Armínio Fraga anunciaram apoio ao petista nesta quinta-feira. Pérsio Arida já havia declarado apoio ao petista no primeiro turno.
"Se eu tiver 10 economistas aqui e escolher 1 para indicar como ministro agora, eu perco os outros 9. Primeiro eu tenho que ganhar as eleições. E não vai ser só com o meu partido que eu vou construir. Fico feliz quando vejo economistas que trabalharam com o FHC nos apoiando", disse Lula.
O ex-presidente conta com um time de peso para decidir sobre a economia do país. Além de Arida, a campanha petista ainda estuda os nomes de Aloízio Mercadante e Henrique Meirelles. Esse último é o preferido do mercado e da ala ligada mais ao centro do Congresso Nacional.
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Em conversa com o iG , o ex-ministro da Fazenda negou ter iniciado conversas com o petista, mas deixou a porta aberta. Segundo Meirelles, é necessário conversar com o PT para definir se participará do governo ou não.
Henrique Meirelles também declarou apoio à Lula no primeiro turno. O ex-ministro, entretanto, não tem participação na campanha petista e nem se envolveu no plano de elaboração de Lula.
Embora o nome de Meirelles seja o preferido, a tentativa do ex-presidente em alterar a regra do teto de gastos pode ser um entrave nas negociações. O ex-ministro foi o criador da regra que limita os gastos e evita o aumento da dívida pública.
Nesta quinta, a campanha de Lula emitiu uma nota em que afirma defender a responsabilidade fiscal e voltou a prometer a revogar o teto de gastos, o que afasta parte do mercado financeiro e membros do centrão. Entretanto, a equipe petista ressaltou a necessidade de criar um novo regime fiscal "que disponha de credibilidade, previsibilidade e sustentabilidade".