A igreja Assembleia de Deus de São Paulo, liderada pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa, apresentou uma resolução para punir pastores que "defendam, pratiquem ou apoiem" pautas associadas à esquerda. A resolução foi aprovada em uma reunião de dirigentes.
Pouco antes, o presidente Jair Bolsonaro (PL) havia participado de um culto para os fiéis presentes à assembleia geral, conduzido pelo Ministério do Belém.
Resolução polêmica
A resolução associa o "posicionamento de esquerda" a uma "cosmovisão contrária ao Evangelho e aos preceitos éticos e morais defendidos pela Assembleia de Deus". A decisão da igreja atribui ainda à esquerda a pautas como a "desconstrução da família tradicional", a "legalização total do aborto", a "erotização das crianças" e a "censura à liberdade religiosa".
A carta diz que a Assembleia de Deus "não admitirá em seus quadros ministros que defendam, pratiquem ou apoiem, por quaisquer meios, ideologias contrárias (...) aos princípios morais e éticos da Confradesp".
"Os ministros que comprovadamente defenderem pautas de esquerda dentro da cosmovisão marxista serão passíveis de representação perante o Conselho de Ética e Disiciplina", diz o documento lido e apoiado pelos dirigentes da convenção.
A Confradesp é um dos agrupamentos de igrejas que formam a Convenção Geral das Assembleias de Deus, principal guarda-chuva da denominação evangélica no país.
No culto em que Bolsonaro participou, o pastor José Wellington pediu votos para a reeleição, o que é vedado pela legislação em templos religiosos.
Bolsonaro também fez um discurso com teor político, no qual afirmou que "lugar de ladrão é na cadeia" e pediu que os fiéis "não caiam no canto da sereia", referindo-se ao ex-presidente Lula.
*Com informações da Agência o Globo
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