Vera Magalhães
Reprodução/Instagram - 15.09.2022
Vera Magalhães

A jornalista Vera Magalhães afirmou, em entrevista à GloboNews, que o deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos) agiu "deliberadamente e premeditadamente". A jornalista foi hostilizada pelo deputado após o debate da TV Cultura entre candidatos ao governo de São Paulo, na noite da última terça-feira (13).

"A gente está vivendo uma escalada de violência contra jornalistas, notadamente contra jornalistas mulheres . E isso nos coloca num lugar de um país, que tem a sua democracia já maculada, já ameaçada. Eu acho que a gente não pode condescender com isso", disse Vera.

A jornalista, ainda, citou uma publicação de Garcia antes do debate, em que ele pergunta se Vera iria ao evento. Segundo Vera, isso mostra que o político já estava lá a sua espera. Veja o post:

Após a transmissão, a jornalista, que estava sentada em uma área reservada, foi abordada por Douglas que a xingou e a chamou de "vergonha para o jornalismo brasileiro ". Durante as agressões, o  diretor de jornalismo da TV Cultura, Leão Serva, pegou o celular do deputado e arremessou na arquibancada em defesa de Vera Magalhães.

Esta não foi a primeira vez que ele atacou a jornalista Vera Magalhães. Em 2020, ele afirmou que ela recebia para falar mal do governo de Bolsonaro.

Eleito em 2018, com 74.000 votos, Garcia, de 28 anos, foi ao debate acompanhado pela comitiva do ex-ministro, Tarcísio de Freitas (Republicanos) , candidato a governador de São Paulo .

Antes de ser parlamentar, Douglas era ativista e líder da Direita São Paulo, que mudou de nome para Movimento Conservador. O grupo é contra leis de migração, aborto e legalização das drogas, e pede a revogação do Estatuto do Desarmamento, entre outras pautas.

Em 2019, o candidato se declarou gay e afirmou que "na direita existem mais gays do que na esquerda". No mesmo ano, ele deu declarações transfóbicas , ofendendo indiretamente a deputada trans Erica Malunguinho (PSOL) durante Assembleia.

"Se por acaso dentro do banheiro uma mulher, em que a minha irmã ou a minha mãe, estiver utilizando, e entrar um homem que se sente mulher, ou que pode ter alegando o que ele quiser e colocado o que quiser, porém eu não estou nem aí, eu vou tirar primeiro no tapa e depois chamar a polícia para ir levar", disse ele.

O deputado de São Paulo também se tornou alvo de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) na operação contra fake news em 2020. A investigação mira empresários, políticos e influenciadores ligados ao presidente Jair Bolsonaro.

Em 2021, ele divulgou um “dossiê antifascista” nas redes sociais e foi condenado a indenizar as pessoas que tiveram os nomes publicados nesse documento. O texto continha dados de aproximadamente 1.000 indivíduos opositores ao governo Bolsonaro.

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