O presidente Jair Bolsonaro (PL) falou sobre o encontro que teve com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na última semana e disse que eles não chegaram a um entendimento.
"Ele falou 90% do tempo, eu falei 10%. Foi mais ou menos cinco minutos de conversa, eu falei, 'vamos conversar na próxima semana com mais tempo, pode ser em qualquer lugar'", afirmou o mandatário ao programa 4 por 4, feito por apoiadores dele, na noite desse domingo (26).
"É para ver se chegamos a um entendimento, para ver se eu consigo entendê-lo e ele consegue me entender também, porque, pelo que ele falou ali, ele não me entende", continuou.
O chefe do Executivo disse que o ministro teria dito "certas coisas que não procediam" e ainda criticou o que chamou de "interferências" do Supremo sobre os outros Poderes.
"Vai chegar um ponto final. Uma hora, vai acontecer uma tragédia que a gente não quer. Não estamos dando recado, aviso, todo mundo sabe o que está acontecendo. O Brasil não pode continuar desta forma, onde lá no Supremo, tem alguns ministros — não todos — que têm uma Constituição própria embaixo do braço", afirmou.
Na ocasião, Bolsonaro voltou a defender o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e disse que deve anunciar Braga Netto como seu vice nas eleições ainda nesta semana.
Ribeiro foi preso na última quarta-feira (22) durante ação da Polícia Federal , mas solto um dia depois, após o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, cassar a prisão preventiva . Ele é investigado por corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência por suposto envolvimento em um esquema para liberação de verbas do Ministério da Educação (MEC).
Além do ex-ministro, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura , o ex-assessor Helder Diego da Silva Bartolomeu e o ex-gerente Luciano de Freitas Musse , também foram presos por suspeita de participação no mesmo esquema.
Bolsonaro e Moraes se encontraram na última quarta, durante um jantar em homenagem ao ministro do STF Gilmar Mendes, na casa do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Moraes é reator de vários inquéritos contra o presidente na Corte e vai presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no período das eleições. O ministro é alvo constante de ataques de Bolsonaro.
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