Em uma tentativa de afastar o PSD do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a equipe do pré-candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) intensificou a ofensiva para conseguir a aliança com a legenda comandada por Gilberto Kassab. A iniciativa envolveu até um convite ao próprio Kassab para ser vice de Tarcísio, segundo interlocutores do PSD e do Republicanos que têm participado das negociações. A costura, contudo, é difícil de ser concretizada.
Procurado, Kassab confirmou que a campanha do ex-ministro bolsonarista ofereceu o cargo.
"É verdade. O Márcio França (PSB), o (Fernando) Haddad (PT) e o (Rodrigo) Garcia (PSDB) também (ofereceram). É natural os partidos procurarem, até porque a coligação existe. Só na proporcional que está proibido. Essas negociações, conversas, convites, são mais do que normais".
O presidente do partido pontuou, no entanto, que “mantém a disposição” de ter candidato próprio ao Palácio dos Bandeirantes — no caso, o ex-prefeito de São José dos Campos Felicio Ramuth (PSD), que até renunciou ao cargo para concorrer. Por isso, Ramuth passou a ser um dos mais cotados a ser vice do Tarcísio, já que Kassab não teria interesse em ficar com o posto.
A tentativa de acordo ocorreu em uma reunião entre Kassab, Ramuth e Tarcísio na semana passada.
A bancada paulista do PSD já vê como praticamente descartada a candidatura do ex-prefeito. Parte dela tem se aproximado cada vez mais de Tarcísio, como Guilherme Afif Domingos (PSD), ex-assessor do ministro Paulo Guedes, e o deputado Cezinha da Madureira (PSD), ex-presidente da bancada evangélica.
Liberado por Guedes, Afif deixou o governo federal para elaborar os principais pontos do programa de governo do pré-candidato do Republicanos.
"Estou cuidando de tudo no plano: economia, saúde e educação. Eu me desliguei do ministério para cumprir essa missão", contou.
Sobre a aproximação com seu partido, ele frisou que não faz parte da articulação política, mas que a base da sigla tem uma “simpatia grande” pelo ex-ministro
Segundo parlamentares do PSD, o limite dado a Ramuth era conseguir pontuar pelo menos 5% nas pesquisas até julho, o que não deve acontecer. No Republicanos, o otimismo é grande.
"Todos que tiverem quadro competente para agregar ao projeto de São Paulo voltar a ser a locomotiva do Brasil serão bem-vindos", diz o deputado federal Ricardo Izar (Republicanos-SP).
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