Enquanto o presidente Jair Bolsonaro ainda avalia quem será seu candidato a vice, membros do seu núcleo político traçaram um plano para oferecer o que chamam de "saída honrosa" para o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, caso Bolsonaro desista de indicá-lo para a vaga. A ideia é que Braga Netto assuma uma embaixada ou até mesmo reassuma a pasta da Defesa.
Braga Netto ainda é, no momento, o favorito de Bolsonaro para ocupar o posto. Entretanto, o presidente passou a admitir a possibilidade de escolher a também ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina para a vaga. Tereza é a favorita da ala política da campanha, incluindo do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, conforme o GLOBO mostrou em janeiro.
Na expectativa de ser vice, Braga Netto deixou o Ministério da Defesa no fim de março, para atender à legislação eleitoral. Ele passou a atuar como assessor direto da Presidência, um cargo que o permite ficar no governo até o fim de junho.
De acordo com a revista "Piauí", o ex-ministro demonstrou recentemente preocupação a Valdemar com a sua situação financeira. O presidente do PL relatou que Braga Netto teria lhe dito que teria problemas ao deixar o governo e perder seu salário. Como general da reserva, ele recebe R$ 32,7 mil todo mês. Seu cargo de assessor lhe dá direito a mais R$ 16,9 mil. Caso seja nomeado como embaixador, ele poderia embolsar entre R$ 45 mil e R$ 60 mil, dependendo do país e da cotação do dólar.
Na semana passada, Bolsonaro elogiou Tereza Cristina publicamente, o que levou parte dos seus aliados a intensificarem a defesa do nome ex-ministra para o cargo de vice. O presidente, no entanto, disse que sua escolha ainda não foi feita e que os dois são "cotadíssimos" para o posto.
Um dos argumentos em defesa de Tereza é que ela ajudaria a reduzir a resistência de Bolsonaro entre o eleitorado feminino. De acordo com pesquisa Datafolha realizada em maio, 57% das mulheres dizem que não votariam de jeito nenhum no presidente, número bem acima do registrado com outros pré-candidatos.