Dois dias após ter subido no palanque do PT no Amapá, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) exaltou o apoio do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro (PL), a sua chapa no estado. Para tentar a reeleição ao Senado, o ex-presidente da Casa tenta se equilibrar para conquistar os votos dos eleitores tanto de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto do atual mandatário, que já foi seu aliado.
Na última quinta-feira, Alcolumbre participou de um evento com pré-candidatos do Solidariedade no estado, partido de seu aliado e pré-candidato ao governo amapaense Clécio Luís. Na ocasião, o senador comemorou o apoio da sigla de Bolsonaro a sua chapa.
"No nosso arco de alianças, que a gente construiu para a eleição majoritária, nós somos treze partidos. Nós temos o partido de Bolsonaro com a gente, o PL", disse Alcolumbre.
Na última terça-feira, no entanto, Alcolumbre participou de um evento do PT ao lado de Clécio. O partido anunciou apoio ao pré-candidato ao Executivo amapaense, contrariando uma ordem de Lula para que seu palanque no estado fosse de Lucas Abrahão (Rede) na disputa pelo governo do estado e de João Capiberibe (PSB) na corrida para o Senado.
Ao GLOBO, o presidente do PT amapaense, Antônio Nogueira, afirmou que o apoio da sigla se estende a quem mais estiver na chapa de Clécio e afirmou que não vê problemas em se aliar com Alcolumbre.
"Não há problemas, Alcolumbre diz que vai com todo mundo", disse Nogueira.
De acordo com o presidente do Solidariedade no Amapá, Marcelo Dias, o arco de alianças para a chapa majoritária ao estado engloba tanto a própria sigla, quanto União Brasil, PT e PL. Segundo Dias, os apoios foram formados por causa da conjuntura do estado, sem ter relação com a disputa presidencial.
"Não houve nenhum movimento do PL nacional para apoiar Clécio nem Alcolumbre. O PL no Amapá sempre foi aliado de Clécio. Nossas alianças são por conta da conjuntura do estado", disse Dias.
Distância de Bolsonaro
Alcolumbre foi eleito presidente do Senado com o apoio de Bolsonaro em 2019. A relação entre os dois passou por altos e baixos durante o biênio do senador no comando da Casa. Eles romperam depois que o Palácio do Planalto esvaziou o poder de Alcolumbre na distribuição das emendas de relator entre congressistas. O parlamentar tinha palavra decisiva na divisão dos recursos do orçamento secreto, instrumento por meio do qual deputados e senadores destinavam verbas da União sem serem identificados.
A composição com petistas no Amapá não deve gerar problemas para Alcolumbre no União Brasil. Apesar da pré-candidatura ao Planalto, Luciano Bivar se comprometeu a deixar que seus correligionários apoiassem quem bem entendessem nos seus estados.
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