O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB)
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O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB)

Em disputa para se consolidarem como palanque único do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo, o  ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o  ex-governador Márcio França (PSB) travam uma batalha para tentar atrair o apoio do PSD às suas pré-candidaturas ao governo do estado.

França ofereceu a vaga de vice ao ex-prefeito de São José dos Campos e pré-candidato do PSD ao Palácio dos Bandeirantes, Felício Ramuth. O ex-governador paulista, até agora sem nenhum partido aliado, acredita que a vinda do PSD consolidaria a sua pré-candidatura e ajudaria nas articulações no plano nacional, em que o Lula tenta costurar um acordo para garantir o apoio de Gilberto Kassab ainda no primeiro turno das eleições.

Para interlocutores de França, acertando uma composição com Kassab em São Paulo, teria mais um argumento para rifar Haddad da disputa.

Com 20% das intenções de voto e em segundo lugar na última pesquisa Datafolha, divulgada em abril, França vem sendo pressionado por petistas a abandonar sua pré-candidatura e disputar o Senado na chapa encabeçada por Haddad. Os petistas apostam que ele deixará a disputa ao governo nos próximos dias.

O ex-governador, no entanto, resiste à proposta. Ele argumenta que o ex-prefeito paulista, embora em primeiro lugar no Datafolha com 29%, tem um “teto” em São Paulo e não agregaria eleitores de outros espectros políticos à campanha de Lula.

Em entrevistas, Kassab diz que não quer apoiar Lula para evitar uma racha no partido, que também tem apoiadores da reeleição de Bolsonaro. Em relação à eleição de São Paulo, ele diz que a tendência é manter a candidatura de Ramuth.

"Tudo caminhando para termos candidatura própria", disse Kassab.

Já para Haddad um acordo com o PSD serviria como uma sinalização ao centro. O ex-prefeito conta, por enquanto, com apoios do PCdoB, PV, Rede e PSOL. O petista está disposto a ceder o posto de vice a um representante do partido de Kassab.

Caso um acordo prospere, o mais provável é que Ramuth não seja o escolhido, já que o ex-prefeito de São José dos Campos é crítico do ex-presidente Lula e já discursou publicamente contra a aliança do petista com o ex-governador Geraldo Alckmin.

Em entrevista ao GLOBO, no mês passado, Ramuth afirmou que deveria optar por um candidato da terceira via ou das opções que poderiam surgir fora da polarização de Bolsonaro ou Lula.

Haddad cogita também a possibilidade de a ex-ministra Marina Silva ser a sua vice, mas sabe que a composição é difícil porque a Rede Sustentabilidade conta com ela como candidata a deputada federal para puxar votos e superar a cláusula de barreira.

Além de Haddad e França, o PSD negocia uma chapa com o PDT de Ciro Gomes. Como mostrou O GLOBO, Ramuth e o pré-candidato pedetista Elvis Cezar tiveram dois encontros presenciais no mês passado para discutir a afinidade entre os planos de governo. Os dois eram filiados ao PSDB e trocaram de legenda recentemente para disputar o Palácio dos Bandeirantes.

A proposta colocada pelo PSD sobre a mesa inclui ainda outras composições, como dar a vice para a ex-reitora da Universidade de São Paulo Suely Vilela (PDT) e a vaga ao Senado para o ex-deputado federal Aldo Rebelo.

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