Após acordo com a cúpula do MDB, a executiva nacional do PSDB deve aprovar nesta quinta-feira a aliança em torno da pré-candidatura a presidente da senadora Simone Tebet (MS), com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), como vice da o vice da chapa.
Ontem, os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, do MDB, Baleia Rossi (SP), e do Cidadania, Roberto Freire, se reuniram em Brasília para fechar o acordo, que foi possível porque líderes históricos do MDB no Rio Grande do Sul deram sinal verde a uma aliança estadual com o PSDB. Diagnosticada com Covid-19, a pré-candidata participou da reunião por vídeo assim, como o ex-governador gaúcho Eduardo Leite, pré-candidato ao governo do estado.
O PSDB cobra que o MDB abra mão no Rio Grande do Sul da pré-candidatura do deputado estadual Gabriel Souza (MDB-RS), que já foi lançada. Souza pode se tornar vice na chapa de Leite. No entanto, a aliança no estado enfrenta ainda resistência no MDB gaúcho. Segundo interlocutores, o MDB ainda vai ouvir as bases, sem deixar que a decisão seja imposta pela nacional.
Segundo Roberto Freire, apesar das indefinições no Rio Grande do Sul, o clima entre os dirigentes é de confiança por unidade no estado.
"Acredito que amanhã damos largada à candidatura de Tebet. A questão do Rio Grande do Sul não foi resolvida. Mas, ao que tudo indica, será uma questão de tempo para caminhar. Todos entendem que politicamente é importante para o país buscar, onde for possível, essa unidade que estamos construindo a nível nacional", afirmou Freire ao GLOBO.
O MDB do RS também é cauteloso em razão da indefinição do ex-governador Eduardo Leite, que até agora não decidiu se será ou não candidato ao Palácio do Piratini ou se concorrerá a uma vaga ao Senado ou até mesmo para a Câmara dos Deputados. Para os emedebistas, a definição de apoio aos tucanos passa pela candidatura de Leite ao governo estadual.
Nos últimos dias, o ex-governador tem testado sua popularidade em viagens pelo estado, analisado pesquisas internas e feito cálculos políticos para ver se vale o risco de concorrer a uma nova eleição estadual. No Rio Grande do Sul, nunca um governador conseguiu um segundo mandato.
Leite foi cotado também para ser vice de Tebet. A preferência do ex-governador sempre foi o plano nacional, mas ele tem avaliado que não há mais ambiente no PSDB para uma candidatura própria após o desgaste na sigla que terminou com a retirada da pré-candidatura do ex-governador de São Paulo João Doria, que venceu as prévias da legenda.
Segundo interlocutores, a renovação de um mandato no governo estadual manteria Leite na vitrine da política nacional. Ele poderia assumir o controle do partido no ano que vem e tentar se cacifar para construir uma candidatura presidencial para 2026.
A tendência é que Leite oficialize também nesta quinta-feira a candidatura ao governo estadual, mas ele ainda não fez qualquer declaração oficial.
O PSDB também pediu reciprocidade aos emedebistas em Pernambuco, Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul, estado natal de Tebet. Lá, o aliado da senadora e ex-governador André Puccineli não quer abrir mão da candidatura, já que está bem colocado nas pesquisas de opinião. Cientes de que os entraves regionais são difíceis de serem superados, os tucanos já se conformaram com a possibilidade de não receberem contrapartidas nesses estados.
Mesmo com o acordo em vias de sair no Rio Grande do Sul, Gabriel Souza manteve ontem, a pessoas próximas, o discurso de que segue candidato e inclusive lançou uma página na internet de manhã sobre sua campanha ao Palácio do Piratini. Ele tem o apoio da militância da sigla e de outros quadros da velha guarda. Caso Leite decida ser candidato, no entanto, Souza tende a apoiá-lo.
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