Em meio ao impasse nas negociações entre MDB e PSDB para destravar a aliança em torno da pré-candidatura à Presidência da senadora Simone Tebet (MDB-MS), o União Brasil iniciou uma investida em direção aos tucanos.
Um encontro nesta tarde entre o presidente do PSDB, Bruno Araújo, e o postulante do União Brasil ao Planalto, deputado Luciano Bivar (PE), foi marcado com o objetivo de debater os cenários estaduais e um possível acordo nacional.
O União Brasil, dono da maior parcela dos fundos partidário e eleitoral, chegou a participar das conversas com PSDB, MDB e Cidadania em busca de um nome de consenso para liderar a terceira via na corrida presidencial. A sigla de Bivar, no entanto, deixou as negociações posteriormente e lançou o nome do deputado.
Agora, com a tentativa de acordo entre MDB e PSDB andando a passos lentos – os tucanos insistem que os emedebistas abram mão de lançar o deputado estadual Gabriel Souza no Rio Grande do Sul para apoiar um tucano –, o União Brasil busca retomar os laços. Uma conversa inicial já ocorreu na semana passada, em Belo Horizonte, em uma prévia do que será debatido nesta tarde.
“Analisamos a possibilidade de aliança em Minas Gerais e mapeamos os interesses em todas as unidades da Federação. Cabe, dentro do diálogo, de mapear convergências e identificar sinergias. O União Brasil é um dos maiores partidos brasileiros, tem um potencial grande, e cabe à direção do PSDB ouvir as propostas. É isso que nós faremos”, afirma o deputado federal Marcus Pestana (MG), pré-candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais.
Esta quarta-feira é também um dia decisivo para a pretensão do MDB de receber o apoio do PSDB nacionalmente. Os tucanos ainda aguardam um gesto para embarcarem na chapa de Tebet.
Na noite de terça-feira, o ex-governador Eduardo Leite se reuniu com a cúpula do MDB gaúcho, mas, depois do encontro, disse que a conversa acabou sem avanço.
A direção do PSDB condiciona a coligação ao apoio do MDB a uma candidatura tucana no Rio Grande do Sul. Para isso, o partido precisaria abrir mão da pré-candidatura de Gabriel Souza, já lançada. Ele sinaliza que só desistiria de concorrer se fosse enquadrado pelos líderes da sigla no estado — que até agora não esboçaram qualquer movimento.
Para viabilizar a chapa de centro, os tucanos também gostariam de reciprocidade do MDB no Mato Grosso do Sul e em Pernambuco, mas já admitem que os aliados não deram sinal verde para esses pedidos.
Aliados de Leite afirmam que a sua eventual candidatura ao governo do Rio Grande do Sul está mais próxima, por mais que contrarie uma promessa de campanha de não concorrer a um segundo mandato — naquele estado, aliás, um governador nunca conseguiu esse feito.
Apesar disso, Leite estaria animado com pesquisas internas que mostram chances de ele quebrar essa tradição, avaliam pessoas próximas.
O combinado entre as siglas para resolver o impasse na disputa ao governo gaúcho é que as alianças regionais sejam resolvidas até hoje.
Na hipótese de o MDB ceder aos tucanos pelo menos no Rio Grande do Sul, a executiva do PSDB referenda o nome de Tebet como cabeça de chapa no dia seguinte. Essa é a tendência majoritária no PSDB, embora haja uma ala resistente que prefere uma candidatura própria.
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