Após ser destituído do cargo de vice-presidente da Câmara na tarde de ontem (23), o deputado Marcelo Ramos (PSD-AM) afirmou que a decisão tomada por Arthur Lira ao assinar sua destituição é uma "decisão política" e uma "ordem do Presidente da República ".
"A decisão do presidente da Câmara não é regimental e nem jurídica, é política", disse Ramos em pronunciamento nesta terça-feira (24).
"É extremamente sensível do ponto de vista democrático quando o Presidente da República, numa live, pede a destituição do vice-presidente da Câmara e encontra na presidência alguém capaz de cumprir essa ordem", declarou o deputado no Twitter, referindo-se a Arthur Lira, chefe da Casa, que assinou a destituição.
Ainda nas redes sociais, o ex vice-presidente da Câmara disse que está orgulhoso por não trair seus ideais e que prefere ficar com a zona franca do Amazonas do que ter um cargo na Casa.
"Que outro sentimento poderia ter um homem que perde um cargo por não trair seus ideais e o seu povo?! Tudo resolvido. Eles ficam com a cadeira. Eu fico com os meus ideais e com o povo do Amazonas", escreveu Ramos no Twitter.
Lira argumenta que a destituição ocorre porque o deputado é um dos três parlamentares que se filiaram a novas legendas na janela partidária deste ano. O regimento da Câmara prevê que deputados que mudarem de legenda partidária devem perder automaticamente o cargo que ocupam.
Ramos, que é um crítico de Bolsonaro e ex-membro do PL, mudou para o PSD assim que o partido decidiu acolher o presidente, que na época não estava vinculado a nenhuma legenda.
O deputado agora diz que segue de cabeça erguida e que voltará para o plenário da Câmara.
"Sigo de cabeça erguida, volto para o meu gabinete no oitavo andar e volto para o plenário da Câmara para lutar pelos interesses maiores da nossa gente. Não fui eleito para ser vice-presidente, fui eleito para defender os interesses dos amazonenses e do povo brasileiro", finalizou ele.
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